São Paulo, quinta, 15 de maio de 1997.



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Mãe de vítima viaja 7 horas

da Sucursal do Rio

A dentista Eroteides Chermont viajou por sete horas ontem de Vitória (ES) para o Rio para acompanhar o júri de Paula Thomaz e divulgar o que, para ela, é cópia do caso Daniella Perez: o assassinato da filha, Gabriela Chermont.
A garota morreu depois de cair do 12º andar de um apart-hotel em Camburi, em Vitória, em 21 de setembro de 1996. O acusado, ex-namorado de Gabriela, disse que ela se matou, mas investigações o apontaram como suspeito.
"Ele tinha marcas de sangue na roupa, indicando que ela foi golpeada", afirmou Marise Sônia Guedes, uma das integrantes do movimento "Mães em Vigília", formado após a morte de Gabriela, para pedir a punição do acusado.
Com prisão decretada, o acusado está foragido.
"Desde setembro, vivo em função disso", disse Eroteides. "Não voltei a meu consultório." Gabriela, que morreu aos 19 anos, era a única filha da dentista.
A participação do grupo na manifestação foi acertado após contatos, por telefone, entre Eroteides e a mãe de Daniella Perez, a escritora Glória Perez. A novelista convidou Eroteides a acompanhar o julgamento de Paula e disse que apoiaria sua luta.
Ontem, 15 integrantes do grupo "Mães em Vigília" se reuniram em frente ao 1º Tribunal do Júri, na rua Dom Manuel, para divulgar o caso Gabriela.


Fã de Daniella Perez, a copeira Maria Rita Vargas, 37, deixou ontem mais cedo o serviço, no restaurante Recanto do Jacaré, no Engenho Novo (zona norte), apenas para acompanhar o julgamento de Paula Thomaz.
Munida de um álbum com fotos da atriz -que nelas aparece sorrindo, dançando, posando com colegas e morta, num matagal na Barra da Tijuca-, Rita, por volta de 15h, se dizia disposta a acompanhar o júri até o fim.
'O principal para mim é saber qual é a sentença que ela vai pegar", afirmou a copeira, que disse ter acompanhado a carreira da atriz até a sua morte, em 1992.
A fã de Daniella demonstrou estar convicta da culpa da acusada. "Ela (Paula) levou o lençol, esteve no local do crime, que é ermo e muito estranho", afirmou. "Levaram a Daniella para lá por que sabiam que iam matar."
Ela disse ainda que acompanhou o caso pelos jornais e compareceu a audiências e ao julgamento do ator Guilherme de Pádua, condenado pela morte da atriz.



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