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VIOLÊNCIA
Dois estão com 90% do corpo atingido pelo fogo
Meninos de rua de Goiânia são queimados enquanto dormiam
DA AGÊNCIA FOLHA
Cinco garotos de rua -dois deles menores- foram queimados
por desconhecidos às 3h30 de ontem em uma casa abandonada na
periferia de Goiânia (GO). De
acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, eles foram atacados por um grupo de jovens, que jogou óleo diesel nos
colchões e ateou fogo, fugindo logo em seguida.
Os garotos eram assistidos pela
Sociedade Cidadão 2000, um programa municipal que atende jovens em condição de risco social.
Na coordenadoria da instituição,
alguns deles disseram ter acordado já com o fogo pelo corpo e nos
colchões.
"O fato de alguns deles estarem
com as mãos sujas de cola também facilitou a disseminação do
fogo, já que se trata de um solvente", disse o assessor da PM, major
Carlos Antônio Elias.
As vítimas foram internadas no
Hospital de Urgências e transferidas para o Hospital de Queimaduras ainda durante a madrugada. Duas delas -J.H.M.S. e Júnior Reis Lima- continuavam
em estado grave, com 90% dos
corpos queimados.
De acordo com a coordenadora-geral do Cidadão 2000, Rosa
Helena Parreira, os jovens passaram por cirurgias na manhã de
ontem. Segundo boletim médico,
o estado deles era estável.
Cristiano Soares de Oliveira,
Alexandre Soares de Oliveira e
F.J.P. foram liberados após o
atendimento e encaminhados a
abrigos municipais até que as famílias deles fossem localizadas.
Para o presidente da sociedade,
Joseleno Vieira dos Santos, a causa do incidente foi um desentendimento entre grupos rivais. "Um
dos garotos estava sendo vítima
de ameaças, mas eles têm medo
de denunciar."
"Esses jovens que vivem nas
ruas ficam em mocós, que são casas ou lojas abandonadas, onde
não estão sujeitos a regras de instituições, podendo cheirar cola, se
prostituir e até guardar objetos
roubados. O problema é que esses
locais são delimitados por territórios dominados por determinados grupos. As brigas acabam
acontecendo, especialmente
quando têm adultos envolvidos",
disse o presidente da sociedade.
Segundo ele, o programa deverá
intensificar o atendimento aos garotos de rua, por meio de medidas
socioeducativas. "O governo e as
entidades só podem atuar desde
que os jovens procurem ajuda ou
cometam atos infracionais."
(ADRIANA CHAVES)
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