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Mulher é presa suspeita de torturar adolescente em MS
Garota paraguaia tinha hematomas, cortes no corpo e marca de soco no olho
Segundo o Conselho Tutelar, ela trabalhava como empregada doméstica e babá na casa e era torturada pela patroa
PABLO SOLANO
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma adolescente paraguaia
de 12 anos foi encontrada nesta
semana pelo Conselho Tutelar
de Ponta Porã (347 km de Campo Grande) escondida na cozinha de uma casa da cidade com
hematomas pelo corpo, marca
de soco no olho esquerdo e cortes nos braços, costas e cabeça.
Para a conselheira tutelar
Lucinéia Aguilera e o delegado
da Polícia Civil Mário Queiroz,
ela era torturada de forma
sistemática.
A acusada das agressões é
Kathia Elizabeth Cristaldo, 23,
uma paraguaia desempregada
que a mantinha como empregada doméstica e babá de seus
três filhos.
A mulher foi presa em flagrante anteontem, quando a
adolescente foi encontrada por
conselheiras tutelares com as
marcas que seriam de tortura.
Queiroz afirma que Cristaldo
e a adolescente possuem um
parentesco distante, que ainda
está sendo apurado. Segundo
ele, Cristaldo está presa em
uma unidade da Polícia Civil
em Ponta Porã.
Ela chegou a ser levada ao
presídio feminino da cidade,
mas sofreu ameaças de detentas e foi transferida.
Como Cristaldo não havia
constituído advogado até ontem, o registro do flagrante foi
enviado para a Defensoria Pública do Estado. O delegado disse que ela será indiciada por
suspeita de tortura e talvez sob
acusação de cárcere privado.
O Conselho Tutelar e a Polícia Civil de Ponta Porã ainda
não contataram autoridades
paraguaias para tentar localizar
a família da jovem que foi alvo
de torturas.
De acordo com o delegado, a
adolescente veio da cidade de
Concepción, distante 167 km
de Ponta Porã.
Caso conhecido
O caso da adolescente já era
conhecido há um mês pelos
conselheiros tutelares de Ponta
Porã, disse Aguilera. Em 9 de
abril, de acordo com ela, representantes do órgão foram até a
casa de Cristaldo para checar
denúncia de trabalho infantil.
Encontraram a jovem com o
rosto machucado.
Cristaldo e o marido, de acordo com a conselheira tutelar
Aguilera, afirmaram que ela se
machucara ao cair de uma árvore. Ambos foram instados
por ela a comparecer ao Conselho Tutelar no dia seguinte para comprovar que haviam procurado cuidados médicos para
tratar a garota.
Como eles não aparecerem,
disse a conselheira tutelar, o
órgão foi até a casa do casal para
cobrar providências. Foi quando, segundo Aguilera, ambos
afirmaram que a garota havia
sido devolvida para a família no
Paraguai.
O flagrante que possibilitou a
prisão foi motivada por uma
denúncia de agressão contra a
garota. Ao visitar a casa de Cristaldo mais uma vez, a equipe do
conselho ouviu mais uma vez
da mulher que ela não estava
mais com a menina.
Dessa vez, contudo, Aguilera
e a colega que o acompanhava
decidiram entrar na casa e encontraram a garota.
Mais agressões
A menina foi ouvida pelo
Conselho Tutelar nesta semana. Disse que as agressões que
sofria se intensificaram nas
duas últimas semanas, quando
Cristaldo foi deixada pelo marido, ou seja, após a primeira denúncia recebida pelo conselho.
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