São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2008

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15,5% da população adotaria uma criança, diz pesquisa

Porém, 65% dos entrevistados não saberiam o local adequado para fazer a adoção

Foram entrevistadas 1.562 pessoas, das quais 37,4% procurariam crianças em maternidades de hospitais e 28% em abrigos

FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pesquisa divulgada ontem pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) mostrou que 15,5% da população adotaria uma criança. Informou, porém, que 65% dos entrevistados não saberiam o local adequado para fazer a adoção -as varas da Infância dos tribunais estaduais. Segundo a pesquisa, 37,4% da população procuraria crianças em maternidades de hospitais e 28% em abrigos.
A pesquisa intitulada "Percepção da População Brasileira Sobre Adoção", realizada entre os dias 10 e 27 de abril, entrevistou 1.562 pessoas de todos os Estados do Brasil. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais. Ela foi divulgada no dia em que a AMB lançou a campanha "Mude um Destino".
Para o coordenador da campanha, Francisco Oliveira Neto, "abrigo não é vitrine de criança e procurar um filho em maternidades também não é uma postura correta".
Apesar de não existir números oficiais sobre crianças em situação de adoção, a AMB trabalha com os seguintes dados: "cerca de 80 mil crianças vivem em instituições de apoio ou abrigos. Dessas crianças, cerca de 8.000 estão em condições de serem adotadas e 72 mil aguardam por algum apoio".
O estudo teve como objetivos "verificar o grau de consciência e envolvimento da população com o tema; medir o nível de interesse e rejeição quanto ao tema; e identificar fatores que afetam ou limitam ações proativas no apoio a crianças".
Entre os que adotariam, 78,1% já têm filhos e 58,8% são casados. 63% afirmam que não teriam preferência pelo sexo, 79,6% não se importariam com a cor e 54% adotariam uma criança portadora de necessidades especiais.
Com o objetivo de agilizar a adoção no país, O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) lançou no final de abril o Cadastro Nacional de Adoção, que irá unificar e cruzar os dados dos Estados brasileiros, tanto em relação às crianças a serem adotadas, como sobre os interessados em participar do processo.
Até então, cada Tribunal de Justiça estadual compilava seus dados separadamente. Desde o lançamento desse cadastro, os juizes de todo o Brasil começaram a ser treinados para reunir as informações.


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