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88% dos brasileiros são contra fumo em locais fechados, aponta pesquisa
Maior rejeição ocorre em restaurantes, depois em lanchonetes e casas noturnas
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha para a organização não-governamental ACT
(Aliança de Controle do Tabagismo) mostra que 88% dos
brasileiros são contra o fumo
em locais coletivos fechados.
No ano passado, a mesma pesquisa foi realizada apenas no
Estado de São Paulo e a proporção foi idêntica.
Desta vez, foram ouvidas
1.992 pessoas em 150 municípios. Entre elas, 23% se declararam fumantes. Do total, 6%
foram parcialmente contra e
82% totalmente contra.
Para a ONG, quando o local é
fechado, mesmo com área separada para fumantes, há prejuízo para os demais clientes e
para os funcionários. "É questão de saúde pública e também
ocupacional", diz a vice-diretora da ACT, Mônica Andreis.
A pesquisa mostrou que a
maior rejeição ao fumo ocorre
em restaurantes (89%), depois
em lanchonetes (86%), casas
noturnas (72%) e bares (71%).
Nesse ponto apareceu a maior
diferença entre a pesquisa nacional e a entre paulistas. Em
São Paulo, a porcentagem contra o fumo em restaurantes é
igual, mas em bares e casas noturnas cai para 59% e 58%.
"Achamos o resultado nacional muito bom porque mostrou
que, assim como São Paulo, o
país todo tem a percepção de
que o fumante passivo é prejudicado", diz a vice-diretora.
"Esperamos com isso tanto o
aumento na fiscalização da lei
que já existe quanto o aperfeiçoamento dela."
Os pesquisadores também
perguntaram aos entrevistados
se eles mudariam a freqüência
a locais fechados caso o fumo
fosse proibido. Em restaurantes, 63% disseram que não mudariam, 9% iriam menos e 28%
mais. Em bares, 64% disseram
que manteriam a freqüência,
15% iriam menos e 21% mais.
Clientes satisfeitos
O diretor-jurídico da Abrasel
(associação de bares e restaurantes), Percival Maricato, disse discordar do resultado da
pesquisa. "Se o cliente estivesse
insatisfeito com a fumaça do cigarro, o dono seria o primeiro a
mudar isso", diz ele.
Maricato defende que, em lugares como São Paulo, onde há
cerca de 50 mil estabelecimentos do gênero, é possível dar a
opção ao cliente.
"Alguns lugares podem proibir, põe uma placa e pronto.
Mas tem gente que fuma ou
namora fumante, tem amigos
e quer uma opção onde seja
permitido."
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