São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2008

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88% dos brasileiros são contra fumo em locais fechados, aponta pesquisa

Maior rejeição ocorre em restaurantes, depois em lanchonetes e casas noturnas

CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha para a organização não-governamental ACT (Aliança de Controle do Tabagismo) mostra que 88% dos brasileiros são contra o fumo em locais coletivos fechados. No ano passado, a mesma pesquisa foi realizada apenas no Estado de São Paulo e a proporção foi idêntica.
Desta vez, foram ouvidas 1.992 pessoas em 150 municípios. Entre elas, 23% se declararam fumantes. Do total, 6% foram parcialmente contra e 82% totalmente contra.
Para a ONG, quando o local é fechado, mesmo com área separada para fumantes, há prejuízo para os demais clientes e para os funcionários. "É questão de saúde pública e também ocupacional", diz a vice-diretora da ACT, Mônica Andreis.
A pesquisa mostrou que a maior rejeição ao fumo ocorre em restaurantes (89%), depois em lanchonetes (86%), casas noturnas (72%) e bares (71%). Nesse ponto apareceu a maior diferença entre a pesquisa nacional e a entre paulistas. Em São Paulo, a porcentagem contra o fumo em restaurantes é igual, mas em bares e casas noturnas cai para 59% e 58%.
"Achamos o resultado nacional muito bom porque mostrou que, assim como São Paulo, o país todo tem a percepção de que o fumante passivo é prejudicado", diz a vice-diretora. "Esperamos com isso tanto o aumento na fiscalização da lei que já existe quanto o aperfeiçoamento dela."
Os pesquisadores também perguntaram aos entrevistados se eles mudariam a freqüência a locais fechados caso o fumo fosse proibido. Em restaurantes, 63% disseram que não mudariam, 9% iriam menos e 28% mais. Em bares, 64% disseram que manteriam a freqüência, 15% iriam menos e 21% mais.

Clientes satisfeitos
O diretor-jurídico da Abrasel (associação de bares e restaurantes), Percival Maricato, disse discordar do resultado da pesquisa. "Se o cliente estivesse insatisfeito com a fumaça do cigarro, o dono seria o primeiro a mudar isso", diz ele.
Maricato defende que, em lugares como São Paulo, onde há cerca de 50 mil estabelecimentos do gênero, é possível dar a opção ao cliente.
"Alguns lugares podem proibir, põe uma placa e pronto. Mas tem gente que fuma ou namora fumante, tem amigos e quer uma opção onde seja permitido."


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