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São Paulo, domingo, 15 de junho de 2003

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AMBIENTE

Cetesb afirma que analisa a instalação de mais estações de monitoramento

Para especialista, pontos de medição precisam aumentar

DA REDAÇÃO

É necessário ampliar os pontos de medição e adotar medidas que diminuam a emissão de poluentes na cidade de São Paulo para controlar a poluição por ozônio.
Essas são as ações que devem ser adotadas para combater o gás na opinião de Maria de Fátima Andrade, pesquisadora do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo), órgão ligado ao Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG).
Segundo Andrade, a medição que é feita pela Cetesb (agência ambiental paulista) em 14 estações na capital, nove na Grande São Paulo e seis no interior é confiável, mas necessita passar por uma ampliação. Das estações da capital, apenas sete monitoram os níveis de ozônio.

Ampliação
Jesuíno Romano, gerente do Departamento de Tecnologia do Ar da Cetesb, diz que a agência pretende intensificar o controle do ozônio em São Paulo, com a instalação de medidores em novos pontos, que podem ser provisórios ou não. "Estamos estudando como executar o plano", afirma Romano.
A pesquisadora da USP sugere a instalação dos aparelhos de medição do ozônio em locais distantes das vias de tráfego, pois os óxidos de nitrogênio liberados pelos veículos consomem o ozônio, fazendo com que medições do poluente próximas às avenidas e ruas de grande movimento sejam baixas.
Foi o que ocorreu com a medição na estação Congonhas, que fica próxima à avenida dos Bandeirantes (zona sul), uma das mais movimentadas de São Paulo. A medição do ozônio deixou de ocorrer porque os índices detectados eram sempre baixos, devido à localização do equipamento.
De acordo com a pesquisadora, é necessário também instalar pontos de medição em lugares mais afastados, como em outros municípios do Estado.

Preferência por altitudes
O estudo "Meteorologia e Poluição Atmosférica em São Paulo", promovido em conjunto por vários institutos da USP, mostrou que o movimento das massas de ar faz com que o ozônio se desloque para regiões mais altas (como a serra da Cantareira e o pico do Jaraguá) e até para municípios em um raio de até 400 quilômetros de distância -como Barueri, Campinas, Piracicaba e Bauru.
Para a pesquisadora Maria de Fátima Andrade, a inspeção veicular também traria benefícios, "mas não se sabe quanto". Segundo ela, uma avaliação dos efeitos só poderá ser feita após a fiscalização começar a funcionar.
Outras ações para minimizar a produção do ozônio, diz Andrade, são a redução da frota circulante, a ampliação do uso de formas mais limpas de transporte -como ônibus elétrico e metrô- e uma mistura melhor de combustível, que emita menos poluentes. (ROBERTO PELLIM)

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