São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

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Reajuste dado a metroviário foi decidido há uma semana

Equipe econômica do Estado desaconselhou o índice de 4,25%, por estar acima da inflação

Na reunião, secretário dos Transportes Metropolitanos alegou que prejuízo causado por 2 dias de greve equivaleria ao gasto extra

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Oferecido ontem, em meio ao transtorno causado pela greve dos metroviários, o reajuste de 4,25% foi autorizado pela Comissão de Política Salarial, mas desaconselhado pela equipe econômica do governo do Estado, já na semana passada. O índice foi submetido à comissão na segunda-feira retrasada.
Em defesa do reajuste, o secretário de Transportes Metropolitanos e presidente do Metrô, Luiz Portella, alegou, segundo participantes da reunião, que os prejuízos causados por dois dias de paralisação equivaleriam ao gasto anual extra provocado pela concessão de um reajuste superior aos 3,9% propostos.
Segundo integrantes do governo, Portella estimou em R$ 7 milhões os prejuízos em dois dias de paralisação.
Como as despesas com fornecedores são fixadas em contrato, o Metrô tem que pagar ainda que os trens estejam parados. Além disso, não arrecada com a venda de bilhetes.
A proposta de Portella foi apoiada pelos secretários presentes à reunião: Aloysio Nunes Ferreira (Casa Civil), Guilherme Afif (Emprego e Trabalho) e Sidney Beraldo (Gestão). Mas os secretários de Fazenda, Mauro Ricardo Costa, e do Planejamento, Francisco Luna, não participaram por causa de uma audiência com o ministro Guido Mantega. Por isso, a reunião não foi conclusiva.
Segundo integrantes do governo, a área econômica discordou do índice sob a alegação de que seria desaconselhável a concessão de aumentos acima da inflação para funcionários de empresas do Estado num ano em que não há previsão de reajuste real para a massa de servidores públicos.
Também o Codec (Conselho de Defesa dos Capitais do Estado), subordinado à Secretaria de Fazenda, já tinha se manifestado contra o reajuste lembrando que o Metrô sofre déficit operacional. Em resposta, Portella teria acenado com a promessa de sanear as contas até o fim do ano.
Apesar do impasse, a paralisação surpreendeu o governo, por ter acontecido enquanto as negociações ainda estavam em curso. Para o governo, a conversa não estava concluída.
A decisão da Justiça do Trabalho de não conceder cautelar que garantiria um serviço mínimo também surpreendeu a equipe da gestão José Serra.


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