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Reajuste dado a metroviário foi decidido há uma semana
Equipe econômica do Estado desaconselhou o índice de 4,25%, por estar acima da inflação
Na reunião, secretário dos Transportes Metropolitanos alegou que prejuízo causado por 2 dias de greve equivaleria ao gasto extra
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Oferecido ontem, em meio ao
transtorno causado pela greve
dos metroviários, o reajuste de
4,25% foi autorizado pela Comissão de Política Salarial, mas
desaconselhado pela equipe
econômica do governo do Estado, já na semana passada. O índice foi submetido à comissão
na segunda-feira retrasada.
Em defesa do reajuste, o secretário de Transportes Metropolitanos e presidente do Metrô, Luiz Portella, alegou, segundo participantes da reunião, que os prejuízos causados
por dois dias de paralisação
equivaleriam ao gasto anual extra provocado pela concessão
de um reajuste superior aos
3,9% propostos.
Segundo integrantes do governo, Portella estimou em R$
7 milhões os prejuízos em dois
dias de paralisação.
Como as despesas com fornecedores são fixadas em contrato, o Metrô tem que pagar
ainda que os trens estejam parados. Além disso, não arrecada
com a venda de bilhetes.
A proposta de Portella foi
apoiada pelos secretários presentes à reunião: Aloysio Nunes Ferreira (Casa Civil), Guilherme Afif (Emprego e Trabalho) e Sidney Beraldo (Gestão).
Mas os secretários de Fazenda,
Mauro Ricardo Costa, e do Planejamento, Francisco Luna,
não participaram por causa de
uma audiência com o ministro
Guido Mantega. Por isso, a reunião não foi conclusiva.
Segundo integrantes do governo, a área econômica discordou do índice sob a alegação de
que seria desaconselhável a
concessão de aumentos acima
da inflação para funcionários
de empresas do Estado num
ano em que não há previsão de
reajuste real para a massa de
servidores públicos.
Também o Codec (Conselho
de Defesa dos Capitais do Estado), subordinado à Secretaria
de Fazenda, já tinha se manifestado contra o reajuste lembrando que o Metrô sofre déficit operacional. Em resposta,
Portella teria acenado com a
promessa de sanear as contas
até o fim do ano.
Apesar do impasse, a paralisação surpreendeu o governo,
por ter acontecido enquanto as
negociações ainda estavam em
curso. Para o governo, a conversa não estava concluída.
A decisão da Justiça do Trabalho de não conceder cautelar
que garantiria um serviço mínimo também surpreendeu a
equipe da gestão José Serra.
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