São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Falso delegado é preso suspeito de estupro

Com o Audi do pai e uma funcional de delegado adulterada, ele obrigava as vítimas a entrar no carro e as violentava, diz polícia

Rodrigo Damasceno Corteze é suspeito de violentar mulheres na região dos Jardins e Campo Belo; ele nega as acusações

DO "AGORA"

A polícia prendeu ontem um homem suspeito de violentar sexualmente mulheres na região dos Jardins e Campo Belo, bairros nobres de São Paulo.
Segundo a polícia, dirigindo um carro de luxo e com uma funcional falsa, ele fingia ser um delegado. Com uma pistola, ele obrigava as vítimas a entrar no carro. Duas mulheres o reconheceram, e a polícia acredita que existam mais casos. Ele, por meio de seu advogado, nega as acusações (ler texto ao lado).
Policiais do 7º DP, Lapa (zona oeste de SP), chegaram até Rodrigo Damasceno Corteze, 36, após denúncia de que um homem em um Audi azul, com placas DPM-2124, teria cometido um estupro na região do Campo Belo.
Os investigadores descobriram que, na madrugada de 19 de maio, uma recepcionista de 26 anos foi abordada no bairro por um homem em um Audi. Armado e mostrando a funcional de um delegado, ele a obrigou a entrar no carro e a agrediu com coronhadas e chutes. No veículo, ela diz ter sido violentada e depois deixada em uma avenida.
Como a polícia não encontrou nenhum Audi com as placas fornecidas na denúncia, surgiu, então, a suspeita de que uma das letras pudesse ter sido adulterada. "Ele mudava com uma fita isolante a letra C para D", explica o delegado Antônio Carlos Menezes Barbosa.
Segundo ele, as placas eram CPM-2124 e o Audi pertencia a um vendedor, de 63 anos, funcionário de uma grande empresa -o pai de Corteze.
"Começamos a desconfiar que algum parente do dono pudesse ter usado o carro e vimos que essa pessoa tinha um filho de 36 anos", diz Barbosa.
Os policiais conseguiram uma fotografia de Corteze e mostraram a recepcionista, que o reconheceu. Ele foi preso ontem em sua casa, no Ibirapuera.
Lá havia uma funcional com a foto dele, mas em nome de um delegado do Rio de Janeiro já falecido, um distintivo de delegado e um cartão de visitas com o timbre da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, além de uma pistola e munição.
"Vamos ver como ele conseguiu estes documentos", afirmou Barbosa.
Na manhã de ontem, Corteze foi reconhecido por outra vítima. "Queria ter dado um tapa na cara dele, por muitos que ele me deu", disse ela.


Texto Anterior: Juiz proíbe menores em parada gay no interior de SP
Próximo Texto: Advogado diz que Corteze é inocente
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.