|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Resistência à bicicleta influi, diz coordenadora
DA REPORTAGEM LOCAL
A coordenadora do Pró-ciclista, Laura Ceneviva, afirma
que, mesmo com dificuldade
para gastar a verba de R$ 11,8
milhões, prefere que o grupo
continue ligado à pasta do Verde e Meio Ambiente. "Se não
fosse aqui, onde seria? Talvez
ainda nem tivesse sido criado."
Segundo Ceneviva, "há uma
resistência estrondosa à bicicleta" como meio de transporte
dentro de órgãos da própria
gestão. O motivo dos embates,
diz ela, é "um problema cultural": a opção por uma política
de transportes que privilegia a
fluidez para os automóveis.
Procurada para comentar o
assunto, a assessoria do prefeito Gilberto Kassab (DEM) recomendou à reportagem que
questionasse a própria pasta do
Verde sobre a opção da gestão e
as críticas de Ceneviva (o secretário Eduardo Jorge não foi localizado).
A Secretaria dos Transportes
também foi procurada, mas informou que não comentaria o
assunto.
Para ser gasto, o dinheiro do
Pró-ciclista depende de parcerias com órgãos habilitados legalmente a intervir no sistema
viário, a exemplo das pastas de
Transportes, Infra-estrutura
Urbana e Subprefeituras, além
de autarquias municipais e estaduais. "A necessidade de
sempre ter que buscar parcerias atrasa a implementação
das ciclovias" afirma Ceneviva.
Avanços
Foi uma parceria com o Metrô, por exemplo, que possibilitou a construção de 12,2 km de
ciclovia na Radial Leste. É o
único entre dez projetos de ciclovias isoladas que deve ser
concluído neste ano. Desses,
apenas outros dois se encontram em fase de construção.
Entre as conquistas do grupo
estão a ciclovia do Expresso Tiradentes (em construção), a
criação de bicicletários em terminais de ônibus, em parceria
com a SPTrans (São Paulo
Transporte), e o vagão para ciclistas no Metrô nos fins de semana, fora do horário de pico.
A lei do sistema cicloviário
não prevê sanções por seu descumprimento, o que explica,
em parte, a pouca eficácia. Um
exemplo é a inclusão obrigatória de ciclovias em novas obras
viárias -como a continuação
da avenida Jacú-Pêssego- que,
mesmo prevista, não fez parte
dos projetos. O vereador Chico
Macena (PT), autor da lei, diz
que o problema pode ser corrigido com a apresentação de um
substitutivo à Câmara.
"Estamos debatendo muito
com cicloativistas e com a comunidade. Nossa principal
conquista foi "fazer acontecer" o
assunto", observa Ceneviva.
Texto Anterior: Programa das ciclovias não sai do papel Próximo Texto: Visita de príncipe muda regras de etiqueta Índice
|