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PRESÍDIOS
"Vou fugir de novo, daqui a seis meses", afirma o ex-mecânico, condenado a 23 anos de prisão por dois assaltos
"Mistérios" marcam as 3 escapadas de ET
DA REPORTAGEM LOCAL
Nenhum fugitivo é tão famoso
hoje em dia quanto Alexandre Pires Ferreira, 27, o ET. Nos últimos
dois anos, a polícia paulista o
prendeu quatro vezes, duas em
flagrante, e ele escapou três vezes
da prisão, de modo misterioso.
ET está na cadeia agora. Foi recapturado no Capão Redondo
(zona sul da capital) no último dia
19, após ficar um mês foragido.
Mas ele já avisou: ""Vou fugir de
novo, daqui a seis meses".
Condenado a 23 anos de prisão
por dois assaltos, Ferreira aguarda ainda dois julgamentos: é acusado de um latrocínio e do assalto
ao Hopi Hari, na região de Campinas, no intervalo entre uma de
suas fugas e recapturas, em 2000.
Ex-mecânico, sua vida no crime
começa oficialmente em 1992,
com um furto em Itapecerica da
Serra (SP), aos 18 anos.
Desde então, tornou-se um assaltante de banco, segundo a polícia, detido pelo menos três vezes
pelo Depatri (Departamento de
Investigações sobre Crimes Patrimoniais) da capital paulista.
Em 7 de abril de 1999, policiais
civis o prenderam em flagrante.
Estava para começar a sequência
de idas e vindas da cadeia.
ET foi transferido da carceragem do Depatri. Ficou nove dias
na Penitenciária 2 de Guarulhos e
mais quatro dias na Penitenciária
de Franco da Rocha, de onde escapou em 30 de junho de 1999.
Pelos registros do presídio, ele e
outros três detentos serraram as
grades da cela, caminharam pelos
corredores, pularam um muro de
nove metros e não foram vistos.
Tudo isso no meio da tarde.
Em 14 de janeiro de 2000, ET foi
preso. Exatos 45 dias depois, sumiu da carceragem do Depatri,
sem deixar pistas, no meio de outros 250 encarcerados. Ao ser preso de novo, contou à Corregedoria da Polícia Civil que fugiu vestido de mulher, em dia de visita.
Nove carcereiros foram afastados.
Foi preso de novo, 34 dias após
escapar do Depatri, participando
de um arrastão em um prédio de
classe média-alta no Itaim Bibi,
zona oeste de São Paulo.
Com documentação falsa, foi
reconhecido por acaso por um
delegado do Depatri.
Dia 24 de maio deste ano, fugiu
novamente, durante o dia, quando era escoltado para um presídio
no interior, na rodovia Castelo
Branco, a 62 km da capital.
Em uma ação típica de guerrilheiros, homens armados interceptaram o caminhão onde os
presos viajavam, guardados por
quatro PMs. Um policial morreu.
Mais 12 presos participaram da
fuga, que pode ter sido encomendada pelo PCC. Há uma investigação sigilosa em andamento. Em
19 de junho, foi preso novamente.
(ALESSANDRO SILVA)
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