São Paulo, domingo, 15 de julho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inquérito sobre fuga de dezembro não avançou

DA REPORTAGEM LOCAL

O inquérito policial sobre a terceira maior fuga da história da Casa de Detenção, ocorrida em dezembro do ano passado, ainda não deu em nada.
Sabe-se agora, após sete meses, o que se sabia na época: 38 detentos saíram do pavilhão 8, por meio de um túnel ligado à rede de galerias pluviais, e três deles foram detidos de imediato.
O problema, segundo a polícia, é que as únicas testemunhas que poderiam ajudar na investigação são os próprios detentos recapturados, mas eles se recusaram a falar no inquérito. Por lei, podem fazer isso, para serem interrogados depois, pela Justiça.
Os detalhes de como os túneis são feitos não aparecem nem em processos que estão no fórum de São Paulo, como é o caso do buraco encontrado pela polícia em abril deste ano. Cinco pessoas, que seriam os funcionários da obra, foram presas em flagrante.
Todos negam a participação na escavação, apesar de haver contradições nos depoimentos deles.
O que se descobriu, por meio dos operários, é que dois homens compraram, por cerca de R$ 4.000, o imóvel de onde saía o túnel e que os três pedreiros ganhavam cerca de R$ 30 por semana.
A passagem, construída por baixo de casas da vizinhança do presídio, deveria libertar um preso, cujo apelido é Terrível, do pavilhão 8 da Casa de Detenção.
A identidade dos financiadores não foi descoberta. O PCC (Primeiro Comando da Capital) poderia estar envolvido com o plano, segundo a polícia. (AS)


Texto Anterior: Primeiro grande túnel foi achado em 1971
Próximo Texto: "Resgatáveis" são postos em unidade do interior
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.