São Paulo, quinta-feira, 15 de julho de 2004

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Polícia suspeita de conivência de 500 correntistas

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia paulista afirma que cerca de 500 correntistas do Banco do Brasil que "alugaram" suas contas para uma quadrilha desviar dinheiro de outros correntistas vão ser identificados e responsabilizados criminalmente.
Eles devem ser indiciados por estelionato, segundo o delegado Ruy Ferraz Fontes, do Deic. De acordo com ele, foi a certeza de impunidade que fez com que os correntistas permitissem que suas contas fossem usadas.
Uma parte da quadrilha era responsável por arregimentar esses correntistas. Foi a partir da identificação de um desses clientes do banco que a polícia conseguiu identificar e monitorar a quadrilha. O Banco do Brasil também repassou dados ao Deic.
A estratégia do grupo era movimentar pequenos valores para não chamar a atenção das vítimas e também facilitar as desculpas por parte dos correntistas envolvidos. Ao ser indagados pelo banco, diziam que não perceberam a movimentação bancária e alguns até culpavam a falta de segurança da instituição, relata o delegado.
Escutas telefônicas feitas nos últimos três meses flagraram, segundo Fontes, integrantes da quadrilha trocando informações sobre contas e retiradas. Foram 200 horas de gravações de 15 telefones grampeados.
Segundo a polícia, o grupo desviava, no máximo, R$ 2.000 por conta -em duas vezes, na noite e na manhã seguinte. A quadrilha pedia o cartão bancário do correntista e sacava o dinheiro. O esquema rendia de R$ 70 mil a R$ 100 mil por semana. A quadrilha costumava fazer os desvios só dois dias por semana -nas terças e quartas e, ocasionalmente, nos sábados-, provavelmente para diminuir as suspeitas. (GP)


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