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CRIME ORGANIZADO
Thomaz Bastos, segundo governador de São Paulo, pretende transferir traficante antes do dia 23
Ministro não sabe para onde levar Beira-Mar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
DA REDAÇÃO
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, ainda não sabia
ontem, segundo a Folha apurou,
para onde será transferido o traficante Fernandinho Beira-Mar.
Thomaz Bastos conversou ontem com o governador paulista,
Geraldo Alckmin (PSDB), para
tratar da transferência, mas só está definido que o traficante será
levado a outro presídio de segurança máxima e antes do prazo de
15 dias (que vence dia 23) fixado
pela Justiça para que ele seja retirado do regime mais rigoroso.
Até ontem, nem a data da transferência nem o Estado do novo
presídio para Beira-Mar haviam
sido fixados pelo ministro. Com
isso, o impasse deve se arrastar.
Alckmin já descartou a permanência do traficante em outro
presídio paulista que não seja o de
Presidente Bernardes (SP).
Segundo Alckmin, a estadia de
Beira-Mar em São Paulo só é justificada pelas regras duras do presídio, que conta com o regime disciplinar diferenciado (RDD).
"A Justiça determinou que em
15 dias ele deve ser tirado de lá
[Presidente Bernardes] porque
venceu o prazo de [permanência
no] RDD. Aí não tem mais razão
para deixá-lo em São Paulo, porque penitenciária comum você
tem no Brasil inteiro. Não é um
preso daqui, então nós já prestamos a colaboração nessa área."
Alckmin confirmou ter conversado com Thomaz Bastos e com o
ex-ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) sobre a transferência. "O ministro da Justiça já
nos informou que vai transferi-lo
antes do prazo [fixado pela Justiça]. Para onde vai, eu não sei."
Rio rejeita traficante
O secretário de Administração
Penitenciária do Estado, Astério
Pereira dos Santos, disse ontem
que o responsável pela custódia
de Beira-Mar é o governo federal
porque o traficante cometeu crimes de natureza internacional.
Apesar de aceitar receber presos
de fora do Estado, Santos afirmou, em nota, não achar conveniente a presença de Beira-Mar
no Rio. Para o secretário, manter
um preso de alta periculosidade
próximo às suas origens é um risco para a segurança pública.
De acordo com Astério, o governador paulista teria sugerido
somente que Beira-Mar fosse para o Rio porque a opinião de Alckmin não tem valor legal.
O setor de inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária informou que, caso Beira-Mar volte ao Rio, ele não encontrará um ambiente tão favorável
na cadeia quanto tinha antes.
Segundo agentes, o traficante
não tem mais apoio unânime
dentro da facção criminosa CV
(Comando Vermelho), grupo ao
qual é vinculado, porque não é
mais um fornecedor de drogas em
potencial e também nunca chegou a ser um braço armado do
tráfico de drogas.
(ELIANE CANTANHÊDE, MARIO HUGO MONKEN E MARCOS
SERGIO SILVA)
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