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VIOLÊNCIA
Segundo a polícia, câmera flagrou vizinho, que é engenheiro, atirando em estudante de 20 anos, na Bela Vista
Morador é assassinado dentro do elevador
RENATO SANTIAGO
DO "AGORA"
O estudante Luiz Raphael Ferreira de Castro de Campos Montes, 20, foi morto, ontem de madrugada, no prédio em que morava com a família, na Bela Vista
(região central de São Paulo). O
crime teria sido cometido por um
vizinho, no elevador do prédio.
Montes foi encontrado por sua
mãe, por volta da 1h, quando ela
saía para passear com o cachorro.
Ao abrir o elevador -que estava
parado no andar em que a família
Montes mora-, ela encontrou o
estudante caído. O rapaz foi levado pela família ao hospital, onde
já chegou morto.
As câmeras de segurança do
edifício filmaram o assassinato.
De acordo com a polícia, a gravação mostra o vizinho, um engenheiro de 61 anos, atirando contra
o estudante, que foi atingido no
olho. Depois do disparo, o engenheiro teria saído em um Peugeot
206 vermelho. Até a noite de ontem, ele permanecia foragido. Nenhum advogado tinha se apresentado em seu nome.
A gravação foi apreendida pela
polícia e, após passar por análise
no Instituto de Criminalística, será usada nas investigações.
Montes voltava do cinema. A família o aguardava para assistirem
ao jogo entre Brasil e Cuba pelo
Grand Prix de vôlei feminino.
O engenheiro é considerado
uma pessoa de difícil trato pelos
demais moradores do prédio. Alguns deles, ouvidos pela reportagem, disseram que o engenheiro
fazia reclamações constantes por
causa de barulho. "Temos um indício de que brigas podem ter levado ao crime", afirmou Elisabete
Sato, delegada do 5º Distrito Policial (Aclimação).
Segundo o professor de educação física Luiz de Campos Montes
Filho, pai do estudante, o engenheiro telefonou para a casa da família na última terça-feira para
reclamar de barulho. O rapaz
atendeu o telefone. "Os dois bateram boca, mas meu filho não deu
importância. Só fiquei sabendo da
discussão agora", afirmou.
Depois do crime, a polícia foi ao
apartamento do engenheiro, onde encontrou um revólver calibre
22 dentro de um coldre para revólver 38. A arma é a mesma usada no crime. A delegada afirmou
que o engenheiro tem passagens
criminais por estupro, roubo, lesão corporal e furto.
A família do rapaz morto mora
no edifício há um ano e meio. Para adquirir o imóvel, negociou
com a família do engenheiro, que
construiu o prédio e vendeu os
apartamentos.
O estudante foi assassinado seis
meses antes de se formar em turismo. Ele trabalhava em um hotel na rua Augusta.
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