São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

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VIOLÊNCIA

Segundo a polícia, câmera flagrou vizinho, que é engenheiro, atirando em estudante de 20 anos, na Bela Vista

Morador é assassinado dentro do elevador

RENATO SANTIAGO
DO "AGORA"

O estudante Luiz Raphael Ferreira de Castro de Campos Montes, 20, foi morto, ontem de madrugada, no prédio em que morava com a família, na Bela Vista (região central de São Paulo). O crime teria sido cometido por um vizinho, no elevador do prédio.
Montes foi encontrado por sua mãe, por volta da 1h, quando ela saía para passear com o cachorro. Ao abrir o elevador -que estava parado no andar em que a família Montes mora-, ela encontrou o estudante caído. O rapaz foi levado pela família ao hospital, onde já chegou morto.
As câmeras de segurança do edifício filmaram o assassinato. De acordo com a polícia, a gravação mostra o vizinho, um engenheiro de 61 anos, atirando contra o estudante, que foi atingido no olho. Depois do disparo, o engenheiro teria saído em um Peugeot 206 vermelho. Até a noite de ontem, ele permanecia foragido. Nenhum advogado tinha se apresentado em seu nome.
A gravação foi apreendida pela polícia e, após passar por análise no Instituto de Criminalística, será usada nas investigações.
Montes voltava do cinema. A família o aguardava para assistirem ao jogo entre Brasil e Cuba pelo Grand Prix de vôlei feminino.
O engenheiro é considerado uma pessoa de difícil trato pelos demais moradores do prédio. Alguns deles, ouvidos pela reportagem, disseram que o engenheiro fazia reclamações constantes por causa de barulho. "Temos um indício de que brigas podem ter levado ao crime", afirmou Elisabete Sato, delegada do 5º Distrito Policial (Aclimação).
Segundo o professor de educação física Luiz de Campos Montes Filho, pai do estudante, o engenheiro telefonou para a casa da família na última terça-feira para reclamar de barulho. O rapaz atendeu o telefone. "Os dois bateram boca, mas meu filho não deu importância. Só fiquei sabendo da discussão agora", afirmou.
Depois do crime, a polícia foi ao apartamento do engenheiro, onde encontrou um revólver calibre 22 dentro de um coldre para revólver 38. A arma é a mesma usada no crime. A delegada afirmou que o engenheiro tem passagens criminais por estupro, roubo, lesão corporal e furto.
A família do rapaz morto mora no edifício há um ano e meio. Para adquirir o imóvel, negociou com a família do engenheiro, que construiu o prédio e vendeu os apartamentos.
O estudante foi assassinado seis meses antes de se formar em turismo. Ele trabalhava em um hotel na rua Augusta.


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