São Paulo, sábado, 15 de julho de 2006

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Para mãe de acusado de pôr bomba em delegacia, filho foi vítima de confusão

DÉBORA FANTINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cláudia Ferreira, 36, acordou preocupada na manhã de sexta-feira. O filho mais velho, Raphael, 19, que saíra na véspera para ir a uma boate com um amigo, ainda não voltara para casa, na Cidade Pedro Nunes (zona leste de São Paulo).
Pela televisão, recebeu a má notícia: o filho e o amigo Alexandre Tomazinho, 20, estavam presos, acusados de plantar uma bomba no 24º DP (Ermelino Matarazzo).
O artefato não explodiu porque, ao notar a movimentação estranha, o delegado de plantão atirou contra quatro homens. Dois fugiram em um Uno branco e outros dois escaparam a pé.
Ferreira e Tomazinho foram presos às 3h, a poucos metros da delegacia, na avenida São Miguel. Os policiais os abordaram porque Tomazinho trajava uma jaqueta alaranjada, como a de um dos suspeitos. Segundo o boletim de ocorrência, os dois portavam material explosivo.
Para a mãe, Ferreira e o vizinho foram vítimas de uma confusão: "Eles estavam no local errado na hora errada. Vinham caminhando do Tatuapé porque não tinham dinheiro para o ônibus e já estavam a poucas quadras de casa".
Nenhum deles tem passagem pela polícia. Ferreira cursa o 1º ano do ensino médio e, segundo a mãe, ajudava um tio que é representante comercial. Já Tomazinho entrega revistas.
Ao contrário de Tomazinho e Ferreira, um rapaz de 24 anos preso na noite de quinta-feira acusado de participar de atentados na Vila Madalena já tinha ficha na polícia.
Condenado por porte e tráfico de drogas e por arrombamento, ele estava em liberdade graças a três habeas corpus. Segundo a polícia, o rapaz confessou ter participado, a mando do PCC, dos ataques a um ônibus e a duas agências bancárias.
Ele afirmou à polícia que outro rapaz, que também teria participado dos ataques e está foragido, recebeu um salve (ordem dos líderes do PCC) no dia 4 de julho.


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