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Para mãe de acusado de pôr bomba em delegacia, filho foi vítima de confusão
DÉBORA FANTINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cláudia Ferreira, 36, acordou
preocupada na manhã de sexta-feira. O filho mais velho, Raphael, 19, que saíra na véspera
para ir a uma boate com um
amigo, ainda não voltara para
casa, na Cidade Pedro Nunes
(zona leste de São Paulo).
Pela televisão, recebeu a má
notícia: o filho e o amigo Alexandre Tomazinho, 20, estavam presos, acusados de plantar uma bomba no 24º DP (Ermelino Matarazzo).
O artefato não explodiu porque, ao notar a movimentação
estranha, o delegado de plantão
atirou contra quatro homens.
Dois fugiram em um Uno branco e outros dois escaparam a pé.
Ferreira e Tomazinho foram
presos às 3h, a poucos metros
da delegacia, na avenida São
Miguel. Os policiais os abordaram porque Tomazinho trajava
uma jaqueta alaranjada, como a
de um dos suspeitos. Segundo o
boletim de ocorrência, os dois
portavam material explosivo.
Para a mãe, Ferreira e o vizinho foram vítimas de uma confusão: "Eles estavam no local
errado na hora errada. Vinham
caminhando do Tatuapé porque não tinham dinheiro para o
ônibus e já estavam a poucas
quadras de casa".
Nenhum deles tem passagem
pela polícia. Ferreira cursa o 1º
ano do ensino médio e, segundo a mãe, ajudava um tio que é
representante comercial. Já
Tomazinho entrega revistas.
Ao contrário de Tomazinho e
Ferreira, um rapaz de 24 anos
preso na noite de quinta-feira
acusado de participar de atentados na Vila Madalena já tinha
ficha na polícia.
Condenado por porte e tráfico de drogas e por arrombamento, ele estava em liberdade
graças a três habeas corpus. Segundo a polícia, o rapaz confessou ter participado, a mando do
PCC, dos ataques a um ônibus e
a duas agências bancárias.
Ele afirmou à polícia que outro rapaz, que também teria
participado dos ataques e está
foragido, recebeu um salve (ordem dos líderes do PCC) no dia
4 de julho.
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