São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2001

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PERUEIROS

Clandestinos serão o alvo

Marta promete quatro anos de confronto

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT), 56, prometeu ontem, durante visita à Administração Regional do Jabaquara, ser implacável no trato com os perueiros clandestinos que atuam em São Paulo.
Ela disse estar preparada para combater a categoria até terminar seu mandato, em 2004. "Se precisar, haverá confronto entre nós e eles durante os quatro anos da gestão", afirmou ela.
Desde a semana passada, um grupo de perueiros clandestinos se reúne para protestar em frente à sede da prefeitura e chamar a atenção da prefeita.
Os perueiros reivindicam a definição da data da licitação, o fim do que chamam de "perseguição violenta" pelos fiscais da prefeitura, a nomeação de um preposto (um segundo motorista autorizado) e o fim das multas às peruas que param nos pontos de ônibus.
Na sexta-feira, alguns perueiros se fantasiaram de drag queen. Na ocasião, o líder dos não-legalizados, Laércio Ezequiel dos Santos, justificou as fantasias (compradas na rua 25 de Março) dizendo que Marta só dá atenção aos gays, o que os teria levado a se travestir.
Ontem à tarde, os clandestinos encenaram diante da prefeitura um casamento "simbólico" entre Marta e seu namorado, o franco-argentino Luis Favre, assessor internacional do PT.

Baderna
Marta classificou a categoria como mafiosa e baderneira. "A cidade tem que ter ordem, autoridade. E não só considero baderneiros esses (perueiros) que estão na porta da prefeitura, como machistas e preconceituosos", afirmou, descartando a possibilidade de negociação.
Segundo a prefeita, as medidas tomadas em sua gestão, como a intensificação da fiscalização, visam melhorar a situação do trânsito na capital paulista e proteger os quase 6.000 perueiros que estão em situação regular.
Quanto ao fato de a categoria estar usando assuntos de sua vida pessoal para fazer manifestações, a prefeita declarou que não fala sobre o assunto, mas que essa situação só tende a enfraquecer os protestos dos clandestinos, que, segundo ela, já eram bastante inadequados.



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