|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Objetivo era impedir a votação de plano de expansão; três professores e pelo menos dez alunos ficaram feridos
Estudantes invadem reitoria da Unesp
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 150 alunos da Unesp
(Universidade Estadual Paulista)
invadiram, por volta das 10h30 de
ontem, o prédio da reitoria, na zona oeste de São Paulo. O objetivo
era impedir a votação, pelo Conselho Universitário, de um plano
para criar oito campi em 2003. A
Unesp tem hoje 16 campi.
Os alunos alegam que o plano
vai baixar a qualidade de ensino
por usar professores viajantes e
prever parcerias com prefeituras.
As portas de vidro do prédio e
da sala do conselho foram arrebentadas. Dois professores foram
atingidos por cadeiradas e um terceiro se feriu com estilhaços da
porta. Alunos disseram ter sido
agredidos por professores. Os seguranças não agiram.
A reunião do Conselho Universitário, presidida pelo reitor da
Unesp, José Carlos Souza Trindade, começou por volta das 9h30,
com a presença de 62 dos 67 conselheiros. Um grupo de conselheiros tentou, sem sucesso, retirar a
urgência da votação do projeto.
Tumulto
Depois de passar pelas catracas,
os alunos subiram 17 andares, a
maioria pelas escadas. Na sala,
dois assessores seguravam a porta
pelo lado de dentro. O reitor rejeitou uma proposta para que fosse
permitida a entrada dos alunos.
Mais uma vez, a porta foi forçada e estilhaçada. Pelo menos dez
alunos se cortaram. Houve confusão e agressões. "Eles estouraram
o vidro. Quando eu vi, já levei
uma cadeirada", disse o professor
José Carlos Martinez, 52, que teve
escoriações no rosto.
"Um professor me pegou pelo
braço e pelo cabelo", conta Luciana Gonzaga, 18, que faz serviço
social no campus de Franca.
Confundida com aluna, a repórter de "O Estado de S. Paulo" Renata Cafardo, 25, levou de um
professor uma tapa no rosto.
A ocupação do auditório continuou até as 12h40, quando alunos
e o conselho chegaram a um acordo. A reitoria se comprometeu a
só convocar nova reunião em três
semanas e a receber uma comissão de alunos, professores e servidores na próxima semana.
Dois dos três professores feridos registraram a ocorrência no
posto policial do Serviço de Emergência do Hospital do Servidor
Público. O boletim será encaminhado ao 78º DP (Jardins).
O reitor, que permaneceu o
tempo todo no auditório, disse
que vai instaurar sindicância para
avaliar as agressões físicas e os danos ao patrimônio da Unesp.
Expansão
O mérito do projeto de expansão foi aprovado em fevereiro,
mas falta aprovar o estudo de viabilidade sobre as localidades, os
cursos a serem criados, os custos e
os projetos pedagógicos.
Segundo a reitoria, o estudo envolveu professores especialistas
na formulação de projetos pedagógicos, parcerias com as prefeituras para fornecimento de infra-estrutura e recursos adicionais
para a contratação de pessoal.
A assessoria da reitoria informou que o plano priorizou regiões desprovidas de universidade pública. As cidades escolhidas
-Sorocaba, Iperó, Registro, Tupã, Dracena, Rosana, Itapeva e
Ourinhos- ganhariam um curso cada uma. Com os novos campi,
para o vestibular de 2003, seriam criadas 345 vagas.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Festa do Peão: Circuito de TV irá monitorar evento Índice
|