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VIOLÊNCIA
Segundo o pai do advogado Marcos Vassiliades Pereira, o filho não costuma andar armado; peça foi entregue para perícia
Baleado em briga de trânsito tem arma
DAGUITO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Marcos Vassiliades
Pereira, 34, que levou dois tiros
em uma briga de trânsito em São
Paulo no último domingo, possui
arma de fogo. A informação foi
confirmada ontem pelo pai dele,
Rubens. Na versão do pai, porém,
Pereira não andaria armado.
A Folha apurou que a arma já
foi entregue à polícia para a realização de uma perícia.
O inquérito que apura o ferimento do advogado e a morte de
Tainá Mendonça, 5, está sob segredo de Justiça desde terça-feira,
quando foi decretada a prisão
temporária de Rodrigo Henrique
Farrampa Guilherme, 22, suspeito de ser o autor dos tiros.
Um dia após o crime, que ocorreu no Alto de Pinheiros (zona
oeste de São Paulo), familiares do
advogado disseram que Farrampa Guilherme, que continua foragido, teria atirado sem motivo, já
que não teria ocorrido discussão.
Pereira e os amigos Alexandre
Certo e Fábio Valente de Mendonça Júnior, tio de Tainá, perseguiram o Monza branco onde estava Farrampa Guilherme após o
veículo ter batido de raspão no
carro do advogado.
Após Farrampa Guilherme ter
atirado, ele e outras três pessoas
que estavam no Monza, entre elas
uma criança, fugiram a pé, de
acordo com a versão dos familiares de Tainá e do advogado. A polícia ainda não teria conseguido identificar essas pessoas.
Contradição
Michelli Cavalcante Mendes, 23,
ex-proprietária do Monza, disse
que Farrampa Guilherme ligou
para ela há cerca de 15 dias porque
queria passar a documentação do
carro para o nome dele. Ela vendeu o carro para uma revendedora há cerca de quatro meses, mas
o Monza ainda está em seu nome.
Ela não estava em casa e decidiu
esperar que Farrampa Guilherme
ligasse de volta, o que não ocorreu. Por volta das 23h45 do domingo, após a polícia ligar para
ela perguntando sobre o carro,
Michelli pediu para seu marido,
Jackson, ligar para Farrampa Guilherme. "Achei que o carro tivesse
sido roubado."
Segundo ela, Jackson falou com
a mãe do rapaz, Maria Conceição.
Ela teria dito que o filho passou o
domingo em casa e que ele teria
saído por volta das 20h. Tainá foi
morta em torno das 21h.
A informação dada por Michelli
contradiz o depoimento prestado
por Maria Conceição anteontem.
Ela disse à polícia que seu filho
não aparece em casa há cerca de
duas semanas.
Um vizinho de Guilherme disse
que o rapaz foi visto na manhã de
segunda-feira em frente à casa onde mora, no Jardim Guarapiranga, mas nenhum outro morador
confirmou.
O delegado Darlan Carlos Pinto,
da Delegacia Seccional de Taboão
da Serra, disse que um ex-padrasto de Farrampa Guilherme foi ouvido na tarde de ontem. Segundo
Pinto, o ex-padrasto teria dito que
não tem contato com o rapaz.
Os quatro pneus do Monza utilizado por Guilherme na noite do
crime estão furados. Segundo o
perito Kit Ong, do Instituto de
Criminalística, eles parecem ter
sido cortados.
Segundo ele, pode ter sido algum objeto cortante, o meio-fio
da rua ou até mesmo balas, mas
somente uma perícia mais detalhada -que deve acontecer hoje- pode identificar a causa.
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