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MEMÓRIA
Cerimônia destaca centenário de Barão de Ramalho
Advogados de São Paulo lembram hoje grandes marcos da profissão
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma cerimônia marcada para
as 18h de hoje no salão nobre da
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no largo São
Francisco, lembra o centenário de
falecimento de Joaquim Ignácio
Ramalho (1809-1902), o Barão de
Ramalho, um dos mais tradicionais diretores da instituição.
O evento marca ainda os cem
anos da formatura de Maria Augusta Saraiva (1879-1961), a primeira mulher a concluir o curso
de direito no país, e o fim do mandato de quatro anos Ivette Senise
Ferreira -a primeira mulher a
dirigir a mais tradicional escola de
direito brasileira.
Na cerimônia, haverá o lançamento do livro "Barão de Ramalho - Uma Vida Para o Bem Comum", do advogado Walter Ceneviva, 74, colunista da Folha.
O também advogado Goffredo
da Silva Telles Jr., 87, será homenageado com a medalha Barão de
Ramalho, oferecida pelo Instituto
dos Advogados de São Paulo, entidade associativa da categoria
fundada por Ramalho em 1874.
Maçom, abolicionista e político
influente, Ramalho é tido como
um dos mais importantes juristas
do século 19. Uma de suas maiores contribuições à comunidade
jurídica é o livro "Praxe Brasileira", de 1869, a primeira sistematização das regras do processo civil.
Nascido em 6 de janeiro de 1809,
em São Paulo, ele morreu na cidade aos 93 anos. Estava no último
ano do curso de direito quando,
em 1834, foi convidado a assumir
a cadeira de Filosofia Racional e
Moral, da qual tornou-se titular
dois anos depois, lecionando para
Rui Barbosa e Castro Alves.
Em 1845, tornou-se vereador e
presidente da Câmara Municipal.
Em 1875, já com o título de Conselheiro do Império, presidiu a
comissão que comandava a construção do Monumento do Ipiranga -marco da Independência.
"Inúmeras campanhas para levantamento de fundos haviam sido lançadas, mas o dinheiro sumia. Foi assim por 50 anos, até ele
assumir", narra Ceneviva.
Ramalho assumiu a direção da
Faculdade de Direito da USP em
1891 e ficou no cargo até 15 de
agosto de 1902, quando morreu.
Durante sua gestão, Maria Augusta Saraiva estudou e se formou. Alternando suas atividades
profissionais entre o magistério e
a advocacia, ela se aposentou no
final dos anos 40 como consultora
jurídica da Secretaria de Governo.
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