São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002

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MEMÓRIA

Cerimônia destaca centenário de Barão de Ramalho

Advogados de São Paulo lembram hoje grandes marcos da profissão

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma cerimônia marcada para as 18h de hoje no salão nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no largo São Francisco, lembra o centenário de falecimento de Joaquim Ignácio Ramalho (1809-1902), o Barão de Ramalho, um dos mais tradicionais diretores da instituição.
O evento marca ainda os cem anos da formatura de Maria Augusta Saraiva (1879-1961), a primeira mulher a concluir o curso de direito no país, e o fim do mandato de quatro anos Ivette Senise Ferreira -a primeira mulher a dirigir a mais tradicional escola de direito brasileira.
Na cerimônia, haverá o lançamento do livro "Barão de Ramalho - Uma Vida Para o Bem Comum", do advogado Walter Ceneviva, 74, colunista da Folha.
O também advogado Goffredo da Silva Telles Jr., 87, será homenageado com a medalha Barão de Ramalho, oferecida pelo Instituto dos Advogados de São Paulo, entidade associativa da categoria fundada por Ramalho em 1874.
Maçom, abolicionista e político influente, Ramalho é tido como um dos mais importantes juristas do século 19. Uma de suas maiores contribuições à comunidade jurídica é o livro "Praxe Brasileira", de 1869, a primeira sistematização das regras do processo civil.
Nascido em 6 de janeiro de 1809, em São Paulo, ele morreu na cidade aos 93 anos. Estava no último ano do curso de direito quando, em 1834, foi convidado a assumir a cadeira de Filosofia Racional e Moral, da qual tornou-se titular dois anos depois, lecionando para Rui Barbosa e Castro Alves.
Em 1845, tornou-se vereador e presidente da Câmara Municipal. Em 1875, já com o título de Conselheiro do Império, presidiu a comissão que comandava a construção do Monumento do Ipiranga -marco da Independência.
"Inúmeras campanhas para levantamento de fundos haviam sido lançadas, mas o dinheiro sumia. Foi assim por 50 anos, até ele assumir", narra Ceneviva.
Ramalho assumiu a direção da Faculdade de Direito da USP em 1891 e ficou no cargo até 15 de agosto de 1902, quando morreu. Durante sua gestão, Maria Augusta Saraiva estudou e se formou. Alternando suas atividades profissionais entre o magistério e a advocacia, ela se aposentou no final dos anos 40 como consultora jurídica da Secretaria de Governo.


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