Capital paulista registrou 10% de umidade relativa do ar, o menor índice desde o inicio da medição do Inmet, em 1963

Índice põe cidade em estado de alerta máximo; clima deve melhorar a partir de hoje, mas umidade deverá ficar em torno dos 20%

ANDRÉ MONTEIRO
DA FOLHA ONLINE

A cidade de São Paulo registrou na tarde de ontem o menor índice de umidade relativa do ar desde que a medição é feita pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em 1963.
Por volta das 15h, a estação do instituto no mirante de Santana (zona norte) marcou uma umidade relativa de 10% -índice igual à média no deserto do Saara. Até então, o menor registro na cidade havia sido de 13%, em 10 de setembro de 1981.
Segundo Jonathan Cologna, meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura, no final de semana o tempo deve continuar seco e quente. A previsão é que a umidade aumente somente após segunda-feira.
Os principais efeitos da baixa umidade são secura na garganta e nos olhos e problemas respiratórios. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), índices de umidade do ar inferiores a 30% caracterizam estado de atenção; de 20% a 12%, estado de alerta; e abaixo de 12%, estado de alerta máximo.
As estações meteorológicas dos aeroportos de Congonhas (zona sul) e de Campo de Marte (zona norte) também registraram níveis baixos ontem: 12,3% e 12,6%, respectivamente.

Atividades ao ar livre
Com índice abaixo dos 30%, a Defesa Civil desaconselha atividades ao ar livre e exposição ao sol das 10h às 17h.
Para evitar os efeitos dessa situação, a orientação é aumentar a umidade dos ambientes internos, com uma bacia de água nos quartos, por exemplo.
Marcelo Schneider, meteorologista do Inmet, afirma que o recorde se deve ao baixo volume de chuva em agosto -1,6 mm- e ao clima seco já observado no interior do Estado.
"A última frente fria que passou pela cidade, na terça-feira, provocou pouca chuva. Desde quarta predomina uma massa de ar seco, que ganhou intensidade hoje [ontem]. Essa coluna de ar, que normalmente fica nas camadas mais altas da atmosfera, hoje [ontem] predominou em toda sua extensão."


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