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NA CÂMARA
Objetivo é obter apoio de 4 situacionistas
Oposição lança
ofensiva pró-CPI
da Reportagem Local
O bloco oposicionista na Câmara
Municipal de São
Paulo vai iniciar
amanhã uma ofensiva de caça a vereadores da situação para conseguir
os quatro votos que faltariam para aprovar a abertura de uma nova CPI da máfia da propina.
Há na Câmara, desde terça-feira, dois pedidos de CPI para investigar irregularidades na administração pública paulistana. O
projeto da situação, comandado
por Miriam Athiê (PMDB), foi
apresentado com 22 assinaturas.
A proposta da oposição, protocolada por Roberto Trípoli, teve o
apoio de 20 parlamentares.
A estratégia da oposição, comandada por Roberto Trípoli
(PSDB) e José Eduardo Cardozo
(PT), é convencer situacionistas
que não estão sendo investigados
de que a nova CPI traria dividendos eleitorais para eles. Com essa
tática, Trípoli afirma já ter convencido dois vereadores do bloco
governista.
Trípoli estima ter hoje o apoio
de 24 parlamentares, quatro a menos que o necessário para a aprovação da CPI. São a favor da proposta de Trípoli os 20 oposicionistas, dois vereadores desgarrados
da situação (Mohamad Mourad,
do PL, e Salim Curiati Jr., do PPB)
e outros dois situacionistas que
ele não revela o nome. Dos 33 governistas, 13 são investigados e
outros dez declaram ser contrários a qualquer CPI. Assim, a oposição tem dez vereadores da situação como "alvo de ataque".
"É preciso definir a situação já.
Vamos procurar vereadores da situação para conseguir os votos
necessários para aprovar a CPI. O
jogo hoje está empatado, mas tenho esperanças de vencê-lo", afirmou Trípoli.
Na semana passada, os dois blocos evitaram a votação, pois nenhum deles tem votos suficientes
para a aprovação. Na quinta-feira,
a oposição tentou votar a proposta de Miriam Athiê, mas o bloco
governista, para evitar o desgaste
de uma derrota, abandonou o
plenário, encerrando a sessão.
A situação do bloco governista
não é mais confortável. A própria
Miriam Athiê admite dificuldades
para conseguir os votos necessários. "Se tivesse consenso, o pedido teria sido apresentado com 33
assinaturas. Mas só consegui 22",
argumenta a vereadora.
Caso a pressão popular force a
Câmara a aprovar uma CPI, líderes governistas já articulam uma
terceira via, com a presidência da
situação e a relatoria da oposição.
Seria uma maneira de evitar a
cooptação de situacionistas pela
proposta da oposição.
A terceira via é defendida abertamente por Miguel Colasuonno
e Paulo Frange (ambos do PPB).
"Defendo uma CPI da Câmara, de
consenso, que não seja usada como palanque político", afirmou
Colasuonno.
(OTÁVIO CABRAL)
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