Adolescente levou socos e chutes; policial diz que ele e o colega apenas usaram técnicas policiais para contê-la

Caio Guatelli/Folha Imagem

Acusada de roubo, menina de 16 anos é dominada pelos policiais militares Nilton dos Santos e Gilson dos Anjos, em São Paulo

REPÓRTER-FOTOGRÁFICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Acusada de roubar a carteira do porteiro Evangelista Oliveira, 49, uma garota de 16 anos foi apreendida e espancada por dois policiais militares ontem à tarde na avenida Manuel Bandeira, na Vila Leopoldina (zona oeste). As agressões foram registradas pela Folha, que passava pela via quando transeuntes chamaram a polícia.
Antes de deter a jovem, os PMs deram-lhe vários socos e chutes. Quando já estava algemada e dentro do carro da polícia, ela bateu com as algemas nos vidros e um dos PMs jogou gás pimenta em seu rosto.
Os PMs são Nilton Barbosa dos Santos e Gilson dos Anjos. Ambos estavam no carro 04201, do 4º Batalhão, na Lapa.
Eles passavam pela via casualmente para localizar um carro abandonado e viram o vigilante de uma empresa segurando pelo braço a garota, que se debatia bastante e, segundo os PMs, agredira o vigia.
Os PMs disseram à Polícia Civil que encontraram com a jovem um cachimbo usado por viciados em crack, isqueiros e uma chave de fenda. A carteira de Oliveira, com documentos, cartões e R$ 25,70, foi achada com a menina, que foi levada para a Fundação Casa.
O PM Santos disse que nem ele nem o policial Anjos agrediram a jovem. Segundo ele, ambos apenas usaram técnicas policiais para contê-la. A Folha não conseguiu entrevistar Anjos porque ele prestava depoimento à Polícia Civil.
O comandante do 4º Batalhão, tenente-coronel Cláudio Miguel Marques Longo, disse que, "caso tenham cometido algum tipo de excesso", os PMs "irão responder pelos atos".
O Comando Geral da PM informou que, se comprovadas as agressões, eles serão punidos. (CAIO GUATELLI e ANDRÉ CARAMANTE)


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