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SAÚDE
Mutirão, que acontece no próximo domingo, vai atender doentes com mais de 50 anos em três hospitais da cidade
SP tenta combater cegueira em diabético
CARLA CONTE
da Reportagem Local
Um mutirão em três hospitais de
São Paulo deverá atender no próximo domingo aproximadamente
20 mil pacientes diabéticos para
prevenir a cegueira.
Na capital, segundo estimativas,
há cerca de 600 mil diabéticos. De
10% a 20% deles desenvolvem cegueira, uma das principais consequências do diabetes.
A partir das 8h, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a
Santa Casa de São Paulo e Hospital
do Servidor Público Estadual estarão atendendo pacientes com mais
de 50 anos que tenham a doença
por mais de cinco anos. Serão feitos gratuitamente exame de dilatação da pupila e mapeamento da
retina para verificar se o diabetes
afetou a região ocular.
Após os exames, os pacientes
poderão fazer aplicação de laser,
que impede a evolução do diabetes
ocular. "Não são todos os pacientes que têm indicação para fazer
aplicação de laser. Alguns deles, só
precisam de acompanhamento",
afirma Rubens Belfort Júnior,
professor titular de oftalmologia
da Unifesp, um dos coordenadores do mutirão.
Segundo ele, o principal objetivo
do mutirão é evitar a evolução da
cegueira nos diabéticos. "A cegueira começa a aparecer mais nos
pacientes que têm a doença por
mais de cinco anos. É importante
fazer um controle rígido da doença e da taxa de glicose."
Açúcar
O diabetes surge em decorrência
da alta concentração de açúcar no
sangue, devido à falta de produção
de insulina pelo pâncreas ou ausência de ação da insulina.
A doença ataca principalmente
vasos sanguíneos (veias e artérias), podendo provocar a gangrena em algumas regiões do corpo,
como, por exemplo, pés e braços,
em decorrência de má circulação.
Além da cegueira, a doença também pode provocar infarto e insuficiência renal (veja quadro).
O diabetes afeta a visão porque
os vasos sanguíneos são atingidos
e liberam substâncias que afetam a
retina, podendo levar à cegueira.
"O paciente não fica cego da
noite para o dia. Mas o doente precisa fazer um acompanhamento
para evitar a evolução da doença", afirma Isaac Neustein, diretor de oftalmologia do Hospital do
Servidor Público Estadual.
Segundo Antonio Roberto Chacra, professor titular de endocrinologia da Unifesp, todos os diabéticos devem fazer anualmente
exame de fundo de olho. "Se detectar alguma alteração, poderá
ser feita a aplicação de laser, que
poderá impedir a cegueira."
Tipos
Há dois tipos de diabetes. Um
deles afeta principalmente jovens
e crianças, que precisam tomar insulina para diminuir a taxa de glicose no sangue. Nesse caso, o pâncreas não produz a insulina.
No outro caso, a doença ataca
pessoas com mais de 45 anos. O
pâncreas produz a insulina, mas
ela não age no organismo. Nesse
caso, os pacientes precisam tomar
remédios, fazer controle na alimentação e exercícios.
Os principais sintomas são excesso de fome, sede e urina e cansaço. O fator genético é um dos
principais responsáveis pelo aparecimento da doença, mas há também outros fatores de risco, como
obesidade, vida sedentária, estresse e gravidez.
O mutirão é uma iniciativa da
Secretaria da Saúde de São Paulo e
do Ministério da Saúde. Inicialmente, o programa será implantado em São Paulo, mas deve ser expandido para outros Estados.
A próxima cidade a ter o mutirão contra diabetes ocular deve ser
o Rio de Janeiro, mas ainda não há
data prevista.
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