São Paulo, quinta, 15 de outubro de 1998

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POLÍCIA
Secretária de 56 anos estava sem roupas e foi assassinada a facadas; polícia de Piracicaba já tem suspeito do crime
Aposentada é achada morta em comitê

LILIAN CHRISTOFOLETTI
Folha Campinas

A aposentada Aparecida Geni Barrichello, 56, foi assassinada ontem, às 12h, dentro do comitê central de Piracicaba (170 km de São Paulo) do candidato ao governo do Estado Mário Covas (PSDB).
Aparecida era assistente social aposentada e secretária do comitê tucano.
Ela foi assassinada com sete golpes de faca no pescoço, na cabeça, no braço e nas pernas.
A polícia suspeita que ela também tenha sido estuprada antes de morrer.
O comitê fica na avenida Carlos Botelho, no Jardim São Dimas, área nobre da cidade.

Suspeito
De acordo com um boletim de ocorrência registrado no 1º Distrito Policial de Piracicaba, o principal suspeito de ter praticado o crime é Mauro Alexandre Amos de Almeida, 27, filho de um policial da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) da cidade.
A Folha procurou Almeida, mas não o encontrou ontem.
Segundo funcionários do PSDB local, o acusado do assassinato esteve anteontem no comitê.

Testemunhas
Antonio Otávio Maia Basaglia, assessor especial do partido, disse ter visto o acusado saindo do local. Ele chegou ao comitê por volta das 12h e encontrou a porta fechada.
Basaglia chegou no comitê de carona com o corretor Rodolfo Scalia, e viu uma pessoa -um rapaz que seria negro e alto, segundo descrição de testemunhas- saindo do banheiro.
O assessor correu atrás do acusado, que pegou uma carona com Scalia, alegando ter sido assaltado.
O possível assassino tinha sangue nas roupas e se identificou como filho de um policial.
Os dois foram até um posto de gasolina, onde se encontraram com o policial Miguel Bueno.

Clube
Ele teria levado Mauro até o Clube Treze de Maio, onde estaria José Alexandre de Almeida, o "Xandão", pai do acusado pelo assassinato da secretária do comitê do PSDB na cidade.
Os três saíram por Piracicaba procurando os assaltantes que teriam roubado e ferido Mauro.
O acusado pelo crime pediu que o policial o deixasse em casa para tomar banho antes de ir à delegacia. Mauro ainda está foragido.
No momento do crime, Aparecida estava sozinha no comitê, que também serviu de base para a campanha de Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB), ex-prefeito de Piracicaba e deputado federal eleito.


Colaborou Luciano Calafiori, da Folha Campinas



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