|
Próximo Texto | Índice
PERIGO
Artesã ia alimentar o animal no canil quando foi mordida em todo o corpo, com exceção do rosto e da cabeça
Cão rottweiler ataca e mata mulher
RENATO KRAUSZ
da Reportagem Local
A artesã Sônia Hosti, 50, morreu
anteontem após ser atacada por
um cão rottweiler no sítio Currupira, em Santa Isabel (Grande São
Paulo), onde morava. O ataque
ocorreu às 6h40, quando Sônia entrou no canil para alimentar o cão.
Sônia sofreu mordidas em todo o
corpo, com exceção do rosto e cabeça. O ferimento mais grave foi
na perna esquerda, que teve a artéria femoral rompida.
A artesã foi levada para a Santa
Casa de Santa Isabel, onde chegou
por volta das 8h. No hospital não
havia sangue para transfusão. Às
11h40, Sônia morreu.
Ela morava no sítio havia dois
anos com um filho de 11 anos, o
pai, de 85, um irmão e a cunhada.
O sítio pertence ao empresário Dagoberto Vieira, cunhado de Sônia,
que mora em São Paulo.
A família não quis comentar o
caso. Os parentes disseram à polícia que Sônia estava acostumada a
cuidar do cachorro.
O motivo do ataque é um mistério. Os familiares levantaram a hipótese de Sônia ter entrado no canil segurando um gato -além do
rottweiler, Sônia cuidava de seis
gatos e dois cachorros vira-latas.
A artesã foi encontrada pela cunhada Edna Ferrati Amadeu Hosti
caída no canil às 7h.
Segundo o delegado titular de
Santa Isabel, Jorge Vidal Pereira,
Edna disse que Sônia estava consciente e podia conversar.
Sacrificado
O cachorro foi morto ontem pelo
caseiro do sítio. O nome do cão era
Cone. Ele tinha 5 anos e aproximadamente 50 kg.
Para o adestrador de cães Glauco
Barreto Sartori, 27, o rottweiler é
dócil com o dono e pode ser violento com estranhos.
A mordida de um animal dessa
raça é a mais forte que existe.
"A família pensou em doá-lo para a Polícia Militar, mas mudou de
idéia", disse o delegado Pereira.
Para matá-lo, foram dados nove
tiros, mas o cão continuou vivo. O
caseiro precisou usar uma foice.
O delegado abriu inquérito para
apurar a morte de Sônia. Segundo
ele, o cunhado da artesã, dono do
sítio, não pode ser responsabilizado pela morte.
"O cão estava dentro do canil,
que tinha boas condições de segurança. A vítima entrou dentro do
canil, como estava acostumada a
fazer", afirmou.
Negligência
Pereira disse que a polícia vai investigar se houve negligência do
hospital. "A família me falou que
o sangue só chegou quando Sônia
já estava morta."
O diretor clínico da Santa Casa
de Santa Isabel, Vicente José Restanho, disse que o sangue chegou
por volta das 10h e foi aplicado na
paciente.
Segundo ele, o hospital não tem
banco de sangue e, sempre que
precisa, tem de pedir para o banco
de Mogi das Cruzes (Grande SP).
De acordo com Restanho, o hospital só tem guardadas as sobras de
outros pedidos, que são estocadas
até o prazo de validade. Mas não
havia o tipo de sangue de Sônia, B
positivo.
"Ela perdeu muito sangue no
caminho. Mas não morreu por
causa da falta de sangue. Ela teve
duas paradas cardíacas e uma respiratória", afirmou Restanho.
"Nós usamos soro para aumentar
o volume da corrente sanguínea."
Próximo Texto | Índice
|