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URBANIDADE
Metrô de executivo
GILBERTO DIMENSTEIN
Imagine a possibilidade de
voar de avião sem enfrentar os
congestionamentos das marginais e da avenida 23 de Maio.
Imagine ainda que essa obra
exija R$ 350 milhões, mas que o
contribuinte não desembolse um
único centavo. Impossível?
Se depender de uma proposta
em estudo por empresários japoneses, interessados em faturar
com o suplício do trânsito paulistano, não é.
Perde-se cada vez mais tempo
no caminho até os aeroportos de
Cumbica ou Congonhas. Já não é
raro, na hora do rush, um viajante sair dos Jardins, por exemplo,
em direção a Guarulhos e levar
duas horas para percorrer cerca
de 30 km -é o que demora para
chegar a Salvador de avião.
A Secretaria dos Transportes
Metropolitanos aguarda, ainda
para este ano, uma resposta de
empresários japoneses, interessados em explorar uma linha de 40
quilômetros interligando três aeroportos: Congonhas, Campo de
Marte e Cumbica.
Seriam, ao todo, seis paradas na
linha, que teria uma faixa especial junto ao tráfego dos automóveis. Desenvolvido no Japão, o
trem percorreria um elevado e,
em alguns pontos, iria para debaixo da terra.
A construção dessa linha está
inserida no projeto do governo de
São Paulo para unificação de todos os sistemas de transporte.
"Tecnicamente é viável. É um
bom negócio para todos os lados",
afirma Cláudio Senna, secretário
dos Transportes Metropolitanos,
na expectativa da resposta positiva dos japoneses.
Os japoneses calcularam que,
por dia, os trens levariam 200 mil
pessoas -uma parte delas usaria
o serviço para se deslocar apenas
dentro da cidade.
A passagem não seria barata, se
comparada ao ônibus ou ao metrô: R$ 5,00. Uma bagatela, entretanto, para quem pega um táxi,
que gasta em média R$ 50, e ainda por cima se desespera no congestionamento.
Na visão dos técnicos na Secretaria dos Transportes Metropolitanos, essa linha é estratégica para a cidade de São Paulo. Não pelo número de pessoas que beneficiaria, mas pela importância econômica dos passageiros.
O desenvolvimento da vocação
de cidade internacional depende,
em parte, de sua qualidade de vida e da fácil circulação para o fechamento de negócios.
E-mail - gdimen@uol.com.br
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