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RIO
Dados do Anuário Estatístico indicam que a economia fluminense cresceu 17,7% de 94 a 98; 12% da população tem mais de 60 anos
Estado chega ao fim do século mais rico e mais velho
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
O Rio de Janeiro chega ao final
dos anos 90 com mais riquezas,
uma população mais velha e problemas graves como a falta de saneamento básico -43,7% dos
domicílios do Estado não têm
acesso à rede de esgoto.
Os dados são do Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro (1999-2000), divulgado ontem
pela Fundação Cide (Centro de
Informações e Dados do Rio de
Janeiro). Pelos números, a economia fluminense cresceu 17,7% de
94 a 98, quando a economia do
país teve crescimento de 10,7%.
De 94 para 99, o crescimento do
PIB (Produto Interno Bruto) chegou a 20% (de R$ 103,9 bilhões
para R$ 125 bilhões). De 98 para
99, o PIB cresceu 2,21%, enquanto
o nacional cresceu 1,01%. Nesse
mesmo período, a renda média
mensal no Rio -embora tenha
crescido na década- caiu 7,6%:
baixou de R$ 692 para R$ 639. Em
todo o país, o rendimento médio
mensal caiu de R$ 565 em 98 para
R$ 525 no ano passado (7,07%).
Isso é, na avaliação do Cide, um
indicador da concentração de
renda no Rio, embora não estivessem disponíveis indicadores específicos sobre isso. A riqueza aumentou, mas não foi distribuída.
"O rendimento médio é rendimento do trabalho, enquanto o
PIB é valor de riqueza total, que
provém de alguns setores e não
necessariamente é distribuída. Há
um contigente de excluídos que
não participa desse processo", diz
Waldir Peres, diretor do Cide.
Peres diz que a taxa de domicílios com acesso à rede coletora de
esgoto, embora seja de apenas
56,3%, ainda está acima da média
nacional (43,6% em 1999). Entre
as escolas localizadas no Rio,
27,69% não estão ligadas à rede
pública de esgoto. "A falta de esgoto é hoje um dos principais
problemas do país", afirma.
A população do Estado (acompanhando uma tendência nacional) reduziu o crescimento e envelheceu. A taxa de crescimento
populacional é de 0,9% ao ano,
quando a média nacional é de
1,4%. A população com mais de
60 anos representa 12% da população do Estado, enquanto, em todo o país, essa faixa etária representa cerca de 9% da população.
Os dados do anuário são obtidos a partir das Pnads (Pesquisas
Nacionais por Amostra de Domicílios) feitas pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) e de informações fornecidas
por órgãos e secretarias estaduais.
O anuário (R$ 50) pode ser
comprado no Cide, no Palácio
Guanabara, em Laranjeiras (zona
sul). Os dados estão disponíveis
no site www.cide.rj.gov.br.
A região metropolitana do Rio,
onde estão cerca de 75,5% da população do Estado, concentra os
investimentos e problemas como
homicídios e déficit habitacional.
Em 99, dos 11,6 bilhões investidos no Rio, 8,4 bilhões (72,4%) ficaram nessa região. "Acho que
hoje o maior problema do Rio é a
concentração de população e problemas na região metropolitana.
Isso dificulta a distribuição de
renda", afirma o diretor-executivo do Cide, Epitácio Brunet.
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