É impressionante a criatividade da turma para inventar uma lei estúpida atrás da outra. Nem bem o governador Alckmin acaba de vetar aquele achado de lei que queria proibir a criação e venda de cães das raças rottweiler, mastim napolitano e pit bull, e já surge outra novidade para tomar o lugar da última sandice.
Leis sem pé nem cabeça nascem em todas as esferas: municipal, estadual e federal. Mas, desta vez, foi um senador da República (Gilvam Borges, PMDB-AP) o autor do projeto de uma lei totalmente estéril, que proíbe o motorista de fumar ao volante. É de fazer a famosa imagem da Justiça jogar a balança pelos ares e rasgar a venda em mil pedacinhos.
Em tempo: quem ainda tem dúvidas sobre a lei recém-vetada pelo governador, que dizia respeito às três raças específicas, que atente para a seguinte informação: foram cães da raça boxer que mataram uma criança em Pernambuco nesta semana.
Sobre a novidade de proibir o motorista de fumar, recebi um inspirado e-mail do senhor Altamiro José Carvalho, que resume os sentimentos mais sensatos. Se o argumento é o de que o ato de fumar ao volante compromete a segurança, o sr. Altamiro tem algumas sugestões. Veja só: "Que se proíba a instalação de rádios, toca-fitas e qualquer dispositivo para se ouvir música nos veículos. Ao mudar de estação, trocar um CD ou colocar uma fita, o motorista deixa de prestar atenção na estrada.
Deve-se também proibir que o motorista converse com qualquer passageiro dentro do veículo. Afinal, a conversa desconcentra. Vou além: que seja terminantemente proibido casais viajarem no mesmo veículo. Brigas e discussões domésticas e de relacionamento podem ocorrer a qualquer momento. Que perigo!
O motorista deveria também ser obrigado a usar uma viseira no formato de um cabresto, que o impedisse de ficar olhando as mulheres exuberantes que passam na calçada.
Poderiam aproveitar para extinguir todos os espelhos dentro dos veículos. Motoristas, especialmente do sexo feminino, têm o hábito de ajeitar o cabelo e retocar a maquiagem.
Tomando essas medidas de fácil implementação, uma nova era se iniciaria. Teríamos um motorista 100% concentrado no ato de dirigir e o índice de acidentes cairia a zero. Caso, ainda assim, os acidentes persistissem, poderíamos resolver o problema proibindo de vez o automóvel". Leitor de qualidade é outra coisa.

QUALQUER NOTA

La lábia de Dios
Havanir Nimtz comparou o tutu que cobrou do empresário santista a um dízimo. Faz sentido. Se existem 3.000 adeptos da Igreja Maradoniana La Mano de Dios, por que o Prona não pode ser um partido-barra-igreja? Cara de frade o Enéas já tem.

Carne e osso
Não é que a dupla ortopédica (louca por uma coluna) Bruno Chateaubriand e André Ramos existe? Na quarta, com gente como a hilariabunda drag Salette Campari e um Joãosinho Trinta de bengala, eles foram ao festão da promoter Alicinha Cavalcanti, em um galpão na Lapa.

E-mail - barbara@uol.com.br
Internet: www.uol.com.br/barbaragancia/


Texto Anterior: "Será como ele quiser", diz o pai biológico
Próximo Texto: Há 50 anos
Índice