São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 2002

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Irmãos tentaram apressar mortes

DA REPORTAGEM LOCAL

Marísia e Manfred von Richthofen estavam vivos, depois de receber pancadas na cabeça, quando os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos de Paula e Silva resolveram usar toalhas molhadas para tentar asfixiá-los.
O casal agonizou por alguns minutos. Segundo o que os irmãos contaram na reconstituição do crime, anteontem, Manfred e Marísia emitiam sons que pareciam um "ronco" depois que receberam os golpes.
A demora do casal em morrer surpreendeu os irmãos, que mudaram de estratégia. Primeiro, os dois foram ao banheiro e molharam as toalhas na pia, de acordo com Jane Mariza Pacheco Belucci, chefe dos peritos do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Os irmãos pressionaram as toalhas molhadas contra o rosto de Manfred e Marísia, mas eles não morreram. Daniel foi à cozinha e pegou uma jarra. A água foi usada para encharcar a tolha e também foi jogada no rosto de Manfred.
Cristian desceu para o térreo da casa e recebeu de Suzane von Richthofen um saco de lixo e o colocou na cabeça de Marísia. Segundo Jane, ele disse que colocou a mão por baixo do saco e pressionou a toalha na garganta da mulher. O casal morreu logo depois.
Para a perita, o "ronco" descrito pelos irmãos pode ser falta de oxigênio ou outras reações no estado pré-morte. Mas, segundo Jane, a causa do óbito são as pancadas na cabeça. O casal não resistiria aos ferimentos mesmo sem a asfixia.
O laudo necroscópico relata que o casal morreu em decorrência de traumatismo craniano. No caso de Marísia, cita que há sinais de asfixia. Um dos ossos do pescoço foi fraturado.
Ontem, a Justiça prorrogou a prisão temporária dos acusados por mais cinco dias a partir de domingo. Depois disso, a polícia pretende pedir a prisão preventiva -dura até o julgamento. Como foi classificado como duplo homicídio, e não latrocínio (matar para roubar), o caso vai para o 1º Tribunal do Júri. O promotor de Justiça Roberto Tardelli deve assumir a acusação.


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