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SEGURANÇA
Nos primeiros seis meses do ano, casos em João Pessoa cresceram 81,63% em comparação com o mesmo período de 2001
Mortes violentas crescem nas capitais
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As mortes violentas cresceram
3,92% nas capitais do país e os crimes contra o patrimônio -como
roubos e furtos-, 14,11%, no primeiro semestre deste ano, em
comparação com o mesmo período do ano passado. Estupros e
atentados violentos ao pudor caíram 1,14%.
Os dados fazem parte do primeiro levantamento nacional da
criminalidade no país, feito pela
Secretaria Nacional de Segurança
Pública, do Ministério da Justiça.
Embora alguns números se refiram ao ano passado, algumas secretarias estaduais ainda não os
repassaram.
O problema de coleta também
afetou a abrangência dos números. Apenas as capitais e o Distrito
Federal entraram na amostra,
pois informações do interior e das
regiões metropolitanas são fornecidas com maior atraso.
Para o cálculo das mortes violentas, a secretaria utilizou a soma
dos homicídios dolosos (em que
há intenção de matar) e culposos
(sem intenção), mortes no trânsito, lesões corporais seguidas de
morte, roubos seguidos de morte,
mortes suspeitas e casos de resistência seguida de morte.
Crimes contra o patrimônio incluem roubos, furtos, roubos seguidos de morte e sequestros. Esses dois últimos casos fazem parte
da categoria porque o objetivo do
criminoso é o bem da vítima, não
sua vida, segundo a secretaria.
No ranking das capitais mais
violentas, Porto Velho ocupa o
primeiro lugar, com 50,9 mortes
violentas por 100 mil habitantes
no primeiro semestre deste ano.
Vem seguida de Vitória (41,1), Rio
de Janeiro (39,1), Recife (36,5),
Goiânia (35,9) e São Paulo (30,5).
Em comparação com o primeiro semestre de 2001, os maiores
crescimentos foram registrados
em João Pessoa, onde houve aumento de 81,63% das ocorrências.
Goiânia (60,71%), Belo Horizonte
(21,32%), Salvador (20,75%), e
Recife (18,61%) vêm logo atrás.
Para o secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente Silva Filho, ainda falta muito para o
Brasil ter dados confiáveis sobre a
violência. "O monitoramento dos
índices de criminalidade deveria
ser feito de forma permanente, semanalmente, para orientar a distribuição de investigadores, viaturas etc.", afirmou Silva Filho.
Outra dificuldade apontada pelo secretário é a subnotificação
dos casos. Ou seja, determinados
crimes -como estupros, assaltos
e lesões corporais- não são notificados à polícia, o que atrapalha a
implantação de políticas públicas.
Uma dessas políticas é a efetiva
implementação do Plano Nacional de Segurança Pública, criado
em 2000. Uma das premissas para
a distribuição dos recursos do
plano seria o acompanhamento
sistemático dos índices, o que não
era feito até agora.
De acordo com o pesquisador
Tulio Khan, da secretaria, isso significa que o próximo governo terá
mais possibilidade de distribuir
melhor os recursos do fundo com
os dados levantados neste ano.
Para eliminar a diferença de método de coleta dos dados, a secretaria trabalha com a implantação
do Boletim Nacional de Ocorrências e com uma parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Um convênio firmado com o
órgão prevê a viagem de técnicos
aos Estados durante 13 meses para pesquisar a forma de elaboração das estatísticas criminais. Segundo Tulio Khan, a equipe de
transição do governo eleito não se
opôs à iniciativa.
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