São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 2002

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PM vai patrulhar cruzamento das linhas Vermelha e Amarela no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Depois do drama vivido anteontem pela deputada estadual Graça Pereira e pelo vereador Jorge Pereira, o comandante-geral da PM (Polícia Militar), coronel Francisco Braz, anunciou ontem que o Bope (Batalhão de Operações Especiais), tropa de elite da corporação, ocupará -ainda por tempo indeterminado- o ponto de junção das linhas Amarela e Vermelha, onde comboios de traficantes costumam realizar ataques contra motoristas.
O coronel Braz disse também que ficou indignado com a participação de um menino de cerca de 11 anos no assalto.
"A sociedade tem que se mobilizar e ver que lugar de criança é na escola, armada com livros e não com fuzis", declarou.
O novo policiamento começaria na noite de ontem, com o apoio da Companhia de Cães e do Grupamento de Motociclistas da PM, que percorreriam todas as saídas das favelas que cercam as vias expressas.
O número de policiais envolvidos na operação não chegou a ser divulgado.
Apesar de precisar recorrer ao Bope para policiar a Linha Amarela, a Polícia Militar já conta, há três meses, com o Batalhão de Policiamento de Vias Especiais, encarregado da segurança das principais vias expressas do Rio de Janeiro. Além disso, o dirigível que foi alugado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública priorizaria o policiamento das vias expressas -principalmente no período da noite.
Nesta semana, no entanto, a aeronave não voou à noite porque não recebeu autorização do DAC (Departamento de Aviação Civil) devido ao tempo ruim, segundo informou a secretaria.

Histórico
Nos últimos meses, as linhas Amarela e Vermelha foram fechadas várias vezes por causa dos "bondes" (comboio de traficantes armados) organizados pelos criminosos.
Em 15 de maio deste ano, o executivo paulista Marcelo Morais, 31, foi morto com tiros de fuzil depois de tentar escapar de assaltantes que realizavam uma falsa blitz na Linha Amarela.
O relações-públicas da PM, major Frederico Caldas, disse que a corporação "tem feito a sua parte", mas o trabalho não tem sido reconhecido.
"O policiamento nas vias expressas foi reforçado. No entanto, como são cercadas por várias favelas, se torna impossível impedir a ação dos criminosos", declarou Caldas. (MHM)


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