|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Em nova versão apresentada ontem, policiais dizem que adolescente matou Liana; faca utilizada em assassinato foi achada
Para a polícia, menor idealizou crimes
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia apresentou ontem o
que acredita ser a versão definitiva do assassinato do casal de namorados Felipe Silva Caffé, 19, e
Liana Friedenbach, 16. Os dois tinham ido acampar, escondidos
dos pais, em um sítio abandonado na região de Embu-Guaçu, na
Grande São Paulo.
Segundo a polícia, o menor
R.A.A.C., de 16 anos, idealizou os
crimes e assassinou Liana sozinho, com mais de 15 facadas, na
madrugada do dia 5, uma quarta-feira. Os jornalistas não puderam
falar com nenhum dos cinco acusados para verificar a versão apresentada pelos policiais, e os presos
ainda não têm advogados.
Antes desse roteiro final, houve
várias versões divulgadas pela polícia, sempre com base em depoimentos de envolvidos (principalmente R.), segundo os policiais.
Ontem, a polícia mostrou a faca
com que Liana teria sido assassinada, a cápsula da bala que matou
Felipe e a calça usada pelo menor,
conhecido como Xampinha, na
hora da morte da adolescente.
A polícia informou que foi tudo
encontrado em um poço perto da
casa de R., no vilarejo de Santa Rita, após indicação dele. Um laudo
do Instituto de Criminalística revelou que uma espingarda
apreendida na casa de um dos
presos teve disparo recente.
O que aconteceu
De acordo com a polícia, o primeiro contato do casal com seus
algozes aconteceu ao meio-dia de
1º de novembro, um sábado,
quando Felipe e Liana caminhavam e passaram pelo menor e por
Paulo César da Silva, 32, o Pernambuco, que caçavam na região.
Por volta das 19h, eles voltaram
ao sítio, renderam o casal e levaram os dois para a casa de Antônio Caitano Silva, 50, um dos presos. Como ele não estava, ficaram
lá. Para os policiais, ao saber que
Felipe não tinha dinheiro, R. e
Pernambuco decidiram matá-lo.
Nessa versão, Pernambuco teria
atirado em Felipe, no domingo,
dia 2, e, depois, fugido para São
Paulo. Depois da descoberta dos
corpos, na segunda passada, pegou um ônibus para ir a Pernambuco, onde foi preso.
R. então ficou sozinho com Liana até as 14h de segunda, dia 3,
quando chegaram Antônio Caitano e Agnaldo Pires, 41, outro preso. Os quatro, segundo a polícia,
foram para a casa do quinto envolvido, Antônio Matias de Barros, 48, onde pescaram e cozinharam. No dia seguinte, voltaram
para a primeira casa os dois Antônios, Xampinha e Liana.
Por volta das 3h da quarta-feira,
dia 5, R. andou com Liana pela região e a levou até o ponto onde
matou a adolescente, de acordo
com a polícia. Horas mais tarde,
voltou para a casa da mãe, que
não percebeu nada de estranho.
Segundo a polícia, R., Pernambuco e Agnaldo estupraram Liana. O menor só foi preso na segunda da semana seguinte (dia
10), na casa de uma parente, após
conversas da região chegarem ao
pai de Liana, Ari Friedenbach,
que acionou a polícia.
Antônio Caitano soube do que
se passava e não fez nada para impedir, sendo uma espécie de "carcereiro". Os policiais não confirmam se Antônio Matias sabia o
que realmente acontecia, mas dizem que ele chegou a desconfiar e
não fez nada. Foi em sua casa que
a polícia achou a espingarda.
Pernambuco apareceu ontem
com um machucado no rosto que
não tinha quando foi preso.
Segundo a Secretaria da Segurança, ele se machucou ao ser
transportado para a delegacia. Pelo relato do órgão, o preso confirmou o ocorrido a um promotor.
A Folha não conseguiu falar com
o preso nem com o promotor.
Texto Anterior: Infância: Alckmin deve entregar Febem a 3º setor Próximo Texto: R. já era suspeito de uma outra morte desde 2001 Índice
|