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51% dos brasileiros conhecem uma mulher que é agredida
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Metade da população brasileira (51%) conhece uma mulher que é ou foi agredida pelo
companheiro, mostra pesquisa
inédita do Ibope e do Instituto
Patrícia Galvão -que desenvolve projetos sobre direitos da
mulher. Foram feitas 2.002 entrevistas em maio deste ano em
142 municípios brasileiros.
Entre as mulheres, a percepção da violência é ainda maior:
54% afirmam conhecer uma
outra mulher agredida. Os
maiores índices de pessoas familiarizadas com o tema se
concentram na faixa etária entre 25 e 29 anos (59%), de escolaridade superior (59%) e morador da periferia (57%). A
margem de erro é de 2%.
O levantamento também
mostra aumento do nível de
preocupação com a violência
doméstica nas periferias das
grandes cidades. Passou de
43%, em 2004 -quando foi feita uma pesquisa semelhante-,
para 56% em 2006.
Para Jacira Vieira de Melo,
diretora do instituto, casos de
violência contra a mulher ocorrem "todos os dias", mas só
chamam a atenção da mídia
quando ocorrem em locais de
visibilidade, como o que envolveu o camelô André Ribeiro
que, na sexta, seqüestrou um
ônibus no Rio, bateu na ex-mulher e ficou mais de dez horas
com a arma apontada para ela.
Para Melo, é preciso desmistificar a idéia de que o homem
bate ou mata uma mulher por
ciúmes. "São casos explícitos
de violência, da crença de que a
mulher é uma posse."
Segundo Marcos Vinícius
dos Santos Andrade, diretor da
Escola Paulista de Magistratura, não há aumento da violência
contra a mulher, o que ocorre
seria uma maior atenção aos
casos, especialmente após a
sanção da Lei Maria da Penha
Maia, em agosto último.
A nova lei mudou o Código
Penal, permitindo que agressores sejam presos em flagrante
ou tenham a prisão preventiva
decretada. Entre 21/11 e 12/12,
a escola de magistratura fará ciclo de palestras sobre o tema.
Para a procuradora de Justiça do Ministério Público de SP
Luiza Nagib Eluf, a fidelidade é
um dos valores que geram o alto índice de crimes passionais.
"Ela tem uma importância relativa. Não deve ser supervalorizada. Tem gente que faz muito mal ao companheiro, muito
mais do que uma pessoa infiel.
Esse tabu gera criminalidade."
Colaborou MARIANA TAMARI , da Reportagem
Local
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