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Metrô de SP fica fora do Orçamento da União
Governador substituiu a indicação da emenda para o sistema por outra, destinada a um nova linha de trem (ligando o centro de SP e Mauá)
Técnicos vetaram emenda sob alegação de que expansão não está prevista no Plano Plurianual, contrariando acordo entre Serra e Lula
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O metrô de São Paulo ficou
de fora do Orçamento da União
de 2009. Na tarde de ontem, o
governador José Serra decidiu
substituir a indicação da emenda coletiva de R$ 490 milhões
para o metrô por uma de R$
250 milhões para implantação
do Expresso ABC, novo sistema
de trens metropolitanos que ligará o centro de São Paulo a
Mauá.
Segundo o deputado federal
Fernando Chucre (PSDB-SP),
o governador preferiu não arriscar em perder recursos para
o metrô. Técnicos da Comissão
de Orçamento no Congresso
barraram a indicação do governador sob a alegação de que a
obra não está prevista no PPA
(Plano Plurianual), elaborado
em 2007 com as metas da
União até 2011.
O veto à emenda contrariou
acordo entre o presidente Lula
e Serra para investimentos da
União nas obras do metrô. Caberá ao Estado de São Paulo, no
próximo ano, arcar com os gastos, uma vez que não há recursos federais previstos para a expansão das linhas.
No lugar do metrô, Serra sugeriu à bancada de São Paulo na
Câmara a indicação de outra
emenda, de R$ 250 milhões. O
governador escolheu o projeto,
ainda em fase de estudos de viabilidade, de modernização da
linha 10 da CPTM (Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos) e de implantação do Expresso ABC, trem que ligará o
centro da capital a Mauá, com
três paradas intermediárias:
Tamanduateí, São Caetano e
Santo André. O custo total desse projeto é estimado em R$
760 milhões.
O deputado Chucre lembra
que o valor pleiteado nem sempre é o incluído no relatório final do Orçamento. Caberá ao
relator setorial de infra-estrutura, deputado Carlito Mers
(PT-SC), definir os recursos para todas as emendas apresentadas até ontem.
"Vamos começar a análise na
próxima terça-feira. Ainda não
sei quanto dinheiro terei para
distribuir para as emendas",
explicou Mers. Ontem, ele admitiu a possibilidade de revisão
do PPA para acatar emendas de
obras de grande vulto como a
indicação da bancada paulista.
"Há problemas semelhantes ao
de São Paulo em outros Estados."
Chucre disse que, mesmo
com o compromisso verbal de
integrantes da Comissão de Orçamento do Congresso para
acatar a emenda do metrô paulistano, "o governador pediu
para tirar" a sugestão.
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