|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LAUDO
Bebida teria provocado 13 mortes em Serrinha e Lamarão (BA)
Cachaça tinha dose de metanol
68 vezes maior que o tolerável
CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador
Laudo técnico divulgado ontem
pela Delegacia do Ministério da
Agricultura em Salvador (BA) revelou que a cachaça contaminada
de Serrinha continha 68 vezes mais
metanol do que o limite suportável
pelo corpo humano.
Segundo a Vigilância Sanitária, a
aguardente recolhida para exames
teria provocado a morte de 13 pessoas em Serrinha e Lamarão.
O laudo apontou que as amostras da cachaça contêm 17% de
metanol. "O corpo humano só suportaria 0,25% de metanol a cada
100 ml de álcool", disse o delegado
do ministério, Marcos Cidreira.
"Cada 100 ml dessa composição
(com 17% de metanol) é suficiente
para matar 23 pessoas", disse.
Até ontem, o Ministério da Agricultura já havia recolhido 107 mil
litros de cachaça de fabricação
clandestina em Serrinha, Amélia
Rodrigues e Feira de Santana.
"Todo o material recolhido está
sob suspeita de contaminação e será destruído após as análises laboratoriais", disse Cidreira.
Segundo o delegado, sete alambiques clandestinos também foram fechados pelo ministério esta
semana. "Nossos técnicos estão
em vigília permanente para impedir que esse tipo de produto seja
comercializado na região."
A polícia informou que o comerciante Gezildo Cerqueira Santana,
principal suspeito de ter distribuído a cachaça contaminada em Serrinha, está respondendo a inquérito por homicídio culposo.
"Outros comerciantes apontados como distribuidores ou fabricantes do produto também serão
ouvidos", afirmou o delegado de
Serrinha, Edenir de Macedo Cerqueira.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|