|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Segundo o sindicato dos servidores públicos municipais, mais de 80% dos veículos estão nas oficinas aguardando conserto
Falta de verba pára ambulâncias da prefeitura
FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local
Mais da metade das ambulâncias
da Prefeitura de São Paulo que fazem o resgate pré-hospitalar gratuito (pelo telefone 192) está fora
de operação.
A frota é antiga, segundo a própria administração municipal, e
passa a maior parte do tempo em
manutenção nas garagens e oficinas, aguardando a troca de peças.
Por causa da crise financeira da
prefeitura, o conserto, que poderia
ser feito em alguns dias, está demorando até semanas, em certos
casos.
A diretoria do sindicato dos servidores públicos municipais alega
que 70 das 85 ambulâncias estão
fora de operação nesta semana
-cerca de 82% da frota. Já a prefeitura diz que há "apenas" 51 veículos em manutenção -60% da
frota (leia texto abaixo).
O atendimento pré-hospitalar
com as ambulâncias -que atende
cardíacos, idosos, mulheres grávidas e outras emergências médicas
gratuitamente- foi criado na gestão Luíza Erundina. O serviço funciona 24 horas por dia.
Cada um dos veículos atende
diariamente a uma média de cinco
chamados. Os pacientes são removidos para postos de saúde públicos ou privados, dependendo da
escolha da pessoa atendida ou de
sua família.
"Nos últimos anos o serviço foi
sucateado e, hoje, está pior do que
nunca", diz o diretor do sindicato
dos servidores municipais, Mauro
Antônio Gonçalves.
Segundo ele, no bairro do Jaçanã
(zona norte da cidade), apenas
uma das cinco ambulâncias que
atendem na região estava em operação, nos últimos dias.
Na área da Lapa (zona noroeste),
a situação é ainda mais crítica. As
duas ambulâncias estão em manutenção.
Sem verba
Parte do problema do sucateamento das ambulâncias pode ser
explicado pela verba gasta com a
operação e manutenção dos veículos. Outra explicação é o deslocamento dos veículos para o PAS
(Plano de Atendimento à Saúde),
segundo denuncia o sindicato.
Pelo Orçamento municipal de
1997, a prefeitura deveria gastar
este ano R$ 1,8 milhão com o serviço. Mas, segundo informações do
Serviço de Execução Orçamentária da Câmara Municipal, foram
gastos apenas R$ 179.421,00, até o
dia 12 de novembro.
"A maior parte da verba (cerca
de R$ 1,2 milhão) foi congelada e
indisponibilizada para ser gasta",
diz o vereador Carlos Neder (PT),
ex-secretário municipal da Saúde
na gestão Erundina.
E a previsão para 1998 é pessimista. O Orçamento apresentado
pela Secretaria Municipal das Finanças, ainda não aprovado pelos
vereadores, prevê uma verba de
cerca de R$ 244.000 para o serviço
-uma redução de 92%, em relação à verba prevista para este ano.
Silêncio
"Já mandei várias requisições ao
secretário Massato Yokota (Saúde) há mais de três meses para saber o que está acontecendo, mas
não obtive resposta", diz Neder. O
prazo oficial para o secretário responder a um pedido como esse é
de 30 dias.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|