São Paulo, domingo, 15 de novembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Medida pode acomodar alunos

da Reportagem Local

As inovações propostas pela LDB, como o ensino continuado, a classe de aceleração, são consideradas medidas positivas na teoria, mas que terão que passar por uma prova de fogo para serem colocadas em prática.
A substituição das oito séries por dois ciclos de quatro anos, por exemplo, preocupa se servir de incentivo à acomodação do aluno, que não se assusta mais com o fantasma da repetência.
Já as classes de aceleração, voltadas a alunos repetentes, trazem à tona o problema de criar uma classe mais fraca e de estigmatizar os alunos.
Para o presidente da Aipa (Associação Intermunicipal de Pais e Alunos), Mauro Bueno, a liberdade que a LDB deu às escolas é positiva na teoria, mas preocupa na prática. "A mudança pode trazer dificuldades para os alunos e professores. Com sistemas diversificados, o governo terá dificuldade para monitorar as mudanças."
O início do ensino aos seis anos também é visto com preocupação, principalmente porque as escolas estaduais não teriam a mesma oferta de vagas.
Para a presidente da Anped (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação), Maria Malta Campos, apesar da liberdade educacional, as escolas devem respeitar o currículo mínimo da LDB.
"As vantagens superam as desvantagens, pois as escolas terão mais flexibilidade para se adaptarem regionalmente e aos problemas das crianças", diz.
Para a diretora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Myriam Krasilchik, a maior vantagem é que a escola terá a liberdade para desenvolver um programa pedagógico próprio.
"As diferenças jamais serão tão grandes que impeça o acompanhamento do aluno." (LC)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.