São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2001

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Policial diz que matou PM por acidente em 99

DA REPORTAGEM LOCAL

O policial civil Jorge João dos Santos, 36, defendeu ontem a legalidade da ação na qual um PM foi morto, há dois anos, em um hotel no Brás (centro de SP). Em entrevista à Folha, Santos, autor dos disparos, disse que coincidentemente participou daquela operação com Hélio Carlo Barba, 37, com o qual, segundo ele, não costumava trabalhar.
Barba está sendo apontado como um dos chefes do tráfico na região central de São Paulo. Santos diz que não vê os antigos colegas há dois anos e que nunca soube das ações ilícitas das quais Barba é acusado.
Ele deixou o Denarc pouco depois da ocorrência em que matou o PM, em agosto de 99. Desde então, está no Deic.
O policial conta que ele, Barba e Vinícius Pedrosa Costa, 27, foram a um hotel na rua Uruguaiana atrás de um traficante, mas moradores teriam dito a outros policiais que estaria ocorrendo um assalto no local e a PM foi acionada.
Na confusão, Santos encontrou o PM, mas alega que não sabia tratar-se de um policial. "Os dois gritavam "polícia, larga a arma". Como ele não largou, atirei."
A ocorrência de tráfico foi finalizada por Guilherme Barbosa Palazzo e Alessandro Ramos da Silva -dois dos cinco policiais identificados nas ações filmadas pelo Ministério Público. Eles disseram ter achado 2,9 gramas de cocaína e 22,3 gramas de maconha no hotel.
Pelo homicídio, Santos foi impronunciado pela Justiça, mas responde a um processo administrativo. Costa, que também participou da ação, ainda trabalha no Denarc, segundo Santos.
Barba é acusado de invadir hotéis para extorquir dinheiro de traficantes.


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