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CAPITÃO NA ACADEMIA
PM consegue defender tese na 5ª tentativa
PUC armou esquema de segurança para apresentação de Rohrer, acompanhada por Petrelluzzi
DA REPORTAGEM LOCAL
Após ser impedido quatro vezes por estudantes de apresentar
sua dissertação de mestrado, o
capitão da Polícia Militar Francisco Rohrer obteve ontem nota
9 na PUC-SP e receberá o título
de mestre em psicologia social.
Seu objetivo agora é fazer doutorado na mesma universidade.
Os estudantes atribuem a Rohrer o comando da tropa que reprimiu manifestação na avenida
Paulista contra a globalização,
que deixou dez feridos.
Por conta disso, protestos de
alunos impediram, desde 21 de
maio, que ele apresentasse seu
trabalho sobre policiamento comunitário. Na última manifestação, em outubro, o capitão chegou a levar uma torta no rosto.
Para garantir a nova tentativa
de seu aluno, a universidade
transferiu o local do exame do
campus da rua Monte Alegre
(Perdizes, zona oeste) para o de
ciências exatas na rua da Consolação (centro). Desta vez, foi
montado um esquema de segurança, com agentes na porta da
universidade. Só puderam entrar no campus as pessoas que
apresentaram identificação.
Petrelluzzi
Entre os presentes à apresentação de Rohrer estavam o secretário estadual da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, e o
coronel Ubiratan Guimarães,
condenado a 632 anos de prisão
pelo massacre de 111 presos no
Carandiru em 92 -o coronel recorre da sentença em liberdade.
O exame de ontem ocorreu
sem interrupções. Um grupo de
cinco alunos entrou no prédio,
mas a ação dessa vez se resumiu
a uma entrevista. O aluno Leonardo Pinho, 22, que liderava os
estudantes presentes ontem,
protestou contra o pedido de
identificação na entrada da universidade. Em dias normais, a
PUC (Pontifícia Universidade
Católica) não faz essa exigência.
"Queria saber o que está passando na cabeça da reitoria da
PUC, que traz essas medidas totalmente enlouquecidas, de regras de exceção", disse.
Ainda no portão de entrada, o
diretor do centro de ciências sociais, Edison Nunes, 46, respondeu a Pinho que havia um "exercício de autoridade acadêmica".
"O problema aqui é um caso de
exceção, porque nunca trataram
um aluno da PUC desse jeito",
disse, referindo-se a Rohrer.
Petrelluzzi afirmou que compareceu à apresentação do capitão da PM porque "às vezes há
intolerância com a polícia".
O secretário da Segurança elogiou a dissertação ("A Identidade do Policial Militar Comunitário: Metamorfose e Emancipação") e disse que o policiamento
comunitário é a forma mais
avançada de combate ao crime.
Questionado se havia algum
constrangimento com a presença de Guimarães, Petrelluzzi disse que não havia percebido que o
coronel estava ali.
"Ele [Petrelluzzi] não me viu,
mas eu o vi. Se ele não fez questão de me ver, é problema dele,
não simpatizo com a pessoa dele", disse o coronel, que trabalhou com Rohrer no batalhão de
choque nos anos 80.
(IURI DANTAS)
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