|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Reajuste da planta foi travado em 90%
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo limitou em 90% o reajuste do valor do
metro quadrado de terreno na cidade. É esse um dos motivos pelos
quais nem todos os imóveis têm
valores venais equivalentes a 70%
de seus preços de mercado.
Para chegar ao 70% do valor de
mercado, segundo a prefeitura, o
valor de alguns terrenos teria de
ser reajustado em até 200%. Eles
estão localizado, na maioria dos
casos, nos pontos mais extremos
da cidade, onde a urbanização levou à valorização dos imóveis.
"Colocamos a trava para impedir aumento excessivo de imposto para esses contribuintes", diz
Fábio Bertarelli, do Departamento de Rendas Imobiliárias.
A explicação embute o conceito
de valor venal, sobre o qual é calculado o IPTU. Ele é a soma do
valor do terreno com a soma do
valor da construção do imóvel.
Portanto, quanto mais reajuste
sofrerem o terreno e a construção,
mais próximo ficará o valor venal
do preço de oferta do imóvel.
Para calcular os valores venais
do ano que vem, a prefeitura tomou 90 mil imóveis ofertados para venda na cidade. Em seguida,
calculou o valor da construção
desses imóveis -há 27 faixas,
conforme o padrão. Quanto melhores forem os materiais usados,
mais caro o metro quadrado.
O valor da construção foi abatido do preço de oferta dos imóveis
-já reduzidos em 10%, pois o
anúncio, em geral, supera o valor
pelo qual o negócio é fechado. A
sobra é o valor do terreno.
Para que os valores de terreno
obtidos fossem atingidos em
2002, a planta deste ano teria de
ser reajustada em até 200%. Foi aí
que surgiu a trava de 90%. Na
época, porém, não havia sido fixada uma segunda trava, a do imposto -60% para residências e
80% para o comércio.
"Se isso tivesse sido proposto
desde o começo, poderíamos ter
ajustado mais a planta, pois a trava do imposto já limita os reajustes excessivos", confirma Bertarelli. "De qualquer forma, o formato
só é favorável aos contribuintes,
pois há ajuste de menos", diz ele.
Não há dúvida de que a falta de
reajuste da planta é o principal
motivo que faz com que imóveis
com mesmo preço de oferta tenham diferentes valores venais e,
consequentemente, impostos.
Mas, ainda que a prefeitura tivesse levado o ajuste a um patamar homogêneo, haveria algumas distorções. Isso porque a outra variável da comparação -o
preço de mercado- pode estar
baixa ou superestimada.
Além disso, há detalhes que fazem diferença no mercado mas
não influenciam no valor venal. É
o caso, por exemplo, do andar em
que fica o apartamento, se é de
frente ou de fundos, se tem ou não
vaga demarcada na garagem.
Devido a impossibilidade de
anular esses variáveis, os técnicos
em Planta Genérica de Valores
admitem uma variação de até 15
pontos percentuais entre o que os
valores venais representam dos
preços de oferta em cada um dos
imóveis. A trava da prefeitura, no
entanto, fez com que a variação
continue maior.
(SC)
Texto Anterior: Prefeitura revê cobrança acima do mercado Próximo Texto: Violência: Ladrões levam R$ 10 mil após festa em igreja Índice
|