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Só 13% dos cursos do Norte ganham A ou B no Provão
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Os resultados do Provão deste
ano que o Ministério da Educação
divulga hoje mostram que as desigualdades regionais no ensino superior acontecem não apenas na
questão da oferta de vagas, mas
também na qualidade do ensino
avaliado pelo exame.
As regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste do país são as que
obtiveram neste ano o menor número de conceitos A ou B, os melhores, em comparação com o Sul
e o Sudeste. No Norte, apenas 13%
dos cursos avaliados receberam
conceitos A ou B. Em toda a região, em 13 das 26 áreas avaliadas
pelo Provão não há sequer um
curso com conceito A ou B. No
Centro-Oeste, essa porcentagem é
de 20%, contra 26% do Nordeste,
28% do Sudeste e 36% do Sul.
Os números do atual Provão
confirmam também algo que os
outros exames já mostravam: as
instituições federais de ensino superior concentram maior número de conceitos A e B.
Entre as federais, 53% dos cursos avaliados receberam os conceitos A ou B e apenas 17% ganharam os conceitos D ou E. O segundo melhor resultado é das instituições estaduais, com 36% de
notas A ou B e 35% com D ou E.
As faculdades municipais e as
privadas tiveram resultado parecido. Nas municipais, a porcentagem de conceitos A ou B é de 19%,
enquanto os cursos com D ou E
representam 41%. As instituições
da rede privada tiveram média de
20% de conceitos A ou B e de 31%
de D ou E.
O resultado das particulares e
das municipais são parecidos em
parte porque as instituições municipais, apesar de vinculadas aos
municípios, nem sempre são gratuitas, o que, na prática, faz com
que elas se equiparem às instituições privadas.
Quando são comparadas as
áreas avaliadas, os cursos de comunicação social (35%), odontologia (33%) e agronomia (35%)
aparecem como os que mais receberam, no Provão deste ano, conceitos A ou B. A maior concentração de cursos com conceitos D ou
E está nas áreas de Fonoaudiologia (38% de conceitos D ou E),
Engenharia Civil (37%) e Engenharia Elétrica (36%).
Esse pode ser o último Provão
realizado de acordo com as regras
criadas pelo ex-ministro Paulo
Renato Souza, caso o atual ministro, Cristovam Buarque, aprove
no Congresso Nacional o projeto
de lei que altera as regras do sistema de avaliação da qualidade do
ensino superior.
Pela proposta de Cristovam, o
Provão será mantido, mas será
feito por amostragem em cursos
onde há número suficiente de alunos para colher uma amostra significativa. Também será feito em
duas etapas e de três em três anos,
em vez de ser anual.
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