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São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

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Só 13% dos cursos do Norte ganham A ou B no Provão

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

Os resultados do Provão deste ano que o Ministério da Educação divulga hoje mostram que as desigualdades regionais no ensino superior acontecem não apenas na questão da oferta de vagas, mas também na qualidade do ensino avaliado pelo exame.
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país são as que obtiveram neste ano o menor número de conceitos A ou B, os melhores, em comparação com o Sul e o Sudeste. No Norte, apenas 13% dos cursos avaliados receberam conceitos A ou B. Em toda a região, em 13 das 26 áreas avaliadas pelo Provão não há sequer um curso com conceito A ou B. No Centro-Oeste, essa porcentagem é de 20%, contra 26% do Nordeste, 28% do Sudeste e 36% do Sul.
Os números do atual Provão confirmam também algo que os outros exames já mostravam: as instituições federais de ensino superior concentram maior número de conceitos A e B.
Entre as federais, 53% dos cursos avaliados receberam os conceitos A ou B e apenas 17% ganharam os conceitos D ou E. O segundo melhor resultado é das instituições estaduais, com 36% de notas A ou B e 35% com D ou E.
As faculdades municipais e as privadas tiveram resultado parecido. Nas municipais, a porcentagem de conceitos A ou B é de 19%, enquanto os cursos com D ou E representam 41%. As instituições da rede privada tiveram média de 20% de conceitos A ou B e de 31% de D ou E.
O resultado das particulares e das municipais são parecidos em parte porque as instituições municipais, apesar de vinculadas aos municípios, nem sempre são gratuitas, o que, na prática, faz com que elas se equiparem às instituições privadas.
Quando são comparadas as áreas avaliadas, os cursos de comunicação social (35%), odontologia (33%) e agronomia (35%) aparecem como os que mais receberam, no Provão deste ano, conceitos A ou B. A maior concentração de cursos com conceitos D ou E está nas áreas de Fonoaudiologia (38% de conceitos D ou E), Engenharia Civil (37%) e Engenharia Elétrica (36%).
Esse pode ser o último Provão realizado de acordo com as regras criadas pelo ex-ministro Paulo Renato Souza, caso o atual ministro, Cristovam Buarque, aprove no Congresso Nacional o projeto de lei que altera as regras do sistema de avaliação da qualidade do ensino superior.
Pela proposta de Cristovam, o Provão será mantido, mas será feito por amostragem em cursos onde há número suficiente de alunos para colher uma amostra significativa. Também será feito em duas etapas e de três em três anos, em vez de ser anual.


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