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JUSTIÇA
Para juiz, o shopping deveria ter alertado consumidores sobre outras ações do criminoso em seu estacionamento
Eldorado terá de indenizar cliente estuprada
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Shopping Eldorado (zona
oeste de SP) foi condenado pela
Justiça a pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais a uma
cliente que, em maio de 2003, sofreu um seqüestro relâmpago no
estacionamento do local e, levada
a um matagal, foi estuprada.
O juiz Marco Aurélio Paioletti
Martins Costa, da 27ª Vara Cível,
julgou que houve negligência por
parte do shopping, uma vez que o
criminoso já havia agido lá outras
vezes e a administração não alertou seus clientes nem reforçou a
segurança. Cabe recurso.
Em sua defesa, o shopping afirma que, seguindo orientação da
polícia, não divulgou informações sobre o suspeito na época para não atrapalhar as investigações.
Ainda em 2003, o criminoso foi
preso e, depois, condenado a 12
anos de prisão.
A vítima, de 26 anos, conta que
foi abordada por volta das 19h de
um sábado, ao entrar em seu carro para ir embora. "Um homem
entrou pela porta de passageiros e
me apontou uma arma. Ele tapou
minha boca para que eu não gritasse e me mandou dirigir para fora do estacionamento."
Em seguida, o criminoso assumiu a direção do carro e exigiu dinheiro. "Ele pegou o que eu tinha
na carteira e começou a rodar. No
total, fiquei com ele por quase três
horas." Em uma região isolada,
pararam em um matagal, onde a
vítima foi estuprada.
Depois, voltaram para o carro e
o criminoso a deixou próximo ao
Eldorado. "Estava em pânico. Pedi ajuda para um segurança: "Fui
seqüestrada e estuprada!". Ele tirou do bolso um retrato falado,
perguntando se eu o reconhecia."
Assim, a vítima percebeu que o
shopping já tinha conhecimento
das ações criminosas -ao menos
de seqüestros relâmpagos anteriores- e decidiu pelo processo.
"Gostaria de enterrar essa história de uma vez. Mas eles sabiam
que havia o risco e foram absolutamente negligentes."
Em sua sentença, o juiz afirma
que a administração do Shopping
Eldorado foi "mesquinha" ao decidir não divulgar para seus clientes que havia um criminoso rondando o local, com o intuito de
não ter prejuízos.
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