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SAÚDE
Medicamentos vinham sendo apreendidos desde junho; relação foi enviada a secretarias da Saúde, que devem recolher lotes
Laboratório identifica 38 remédios falsos
RONI LIMA
da Sucursal do Rio
O Laboratório Central de Saúde
Pública Noel Nutels identificou a
venda no Estado do Rio de Janeiro
de mais 38 medicamentos com lotes de fabricação falsificados,
apreendidos desde junho.
A Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da
Saúde enviou ontem às secretarias
da Saúde de todos os Estados aviso
para que sejam recolhidos os lotes
falsos desses remédios.
Dos 38 medicamentos falsificados -cujos nomes não tinham
ainda aparecido em apreensões
anteriores feitas no Rio-, o diretor geral do laboratório, Oscar
Berro, citou alguns casos que mais
lhe chamaram a atenção, por características das falsificações.
Um deles é do xarope expectorante Mucolin, fabricado pela
Knoll. O lote irregular foi apreendido em julho, contendo uma
tampa plástica de rosca. Mas, segundo a direção da Knoll, essa
tampa faz parte da nova embalagem do produto, só lançada no
mercado em agosto.
Assim, falsificadores conseguiram saber que a empresa lançaria
a nova embalagem, antecipando-se em pelo menos um mês.
No caso do antiinflamatório
Cortisonal, da União Química, o
lote com o produto falsificado tinha uma tampa plástica que custa,
segundo Berro, cerca de quatro
vezes a tampa do remédio verdadeiro, à base de alumínio. "Podem ser frascos roubados", disse.
Segundo ele, fraudadores falsificaram um lote do Diazepan, da
Windson, e o colocaram em uma
caixa com tarja vermelha. Usado
para controle de ansiedade, o medicamento verdadeiro é comercializado com uma tarja preta (que
determina retenção de receita).
Estudo realizado pelo laboratório Noel Nutels mostra que a
maior parte das amostras falsificadas (62%) tem origem de fabricação verdadeira, mas acaba sendo
adulterada ao entrar em uma cadeia clandestina de falsificações.
Podem ser remédios vendidos
sem validade ou amostras grátis
adulteradas. A Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde
Pública já instaurou 69 inquéritos
sobre falsificações de remédios.
Desde janeiro, o Noel Nutels analisou 1.250 medicamentos apreendidos no Rio -220 amostras eram
falsificadas, correspondentes a
cerca de 180 remédios diferentes.
Berro disse que nos próximos
dias serão divulgados "mais de
40 novos lotes" de remédios falsificados. Mas são remédios que já
tiveram lotes falsos apreendidos.
A Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica)
esclarece dúvidas sobre a lista de
medicamentos falsos pelo tel.
0800-55041. A entidade diz, em
nota, que está trabalhando em
conjunto com a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária e outras
entidades para coibir falsificações.
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