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EDUCAÇÃO
Número equivale a aumento de 10% em relação a 98; haverá 135 novos cursos, sendo 40% no período noturno
Federais abrem 9.007 novas vagas para 99
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
As instituições federais de ensino
superior estão oferecendo 10% de
vagas a mais no vestibular para o
ano acadêmico que se inicia em
99, em comparação às oferecidas
para este ano.
São 9.007 vagas novas. É a maior
expansão dos últimos dez anos no
número de lugares disponíveis para candidatos nas federais, de
acordo com a Andifes (Associação
Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior).
No total, 50 das 52 federais estão
oferecendo 98 mil vagas, contra as
88,9 mil que os candidatos ao vestibular deste ano tiveram à disposição em 97.
A ampliação verificada agora está próxima da meta de expansão
de vagas para os próximos quatro
anos que reitores das federais discutiram ontem. Eles planejam um
aumento anual de 10% na graduação, 10% no mestrado e 15% no
doutorado. Com isso, em 2002 seriam ofertadas 146 mil vagas na
graduação, cerca de 47% a mais
em relação a este ano.
"A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) tem cerca de
10 mil estudantes na graduação.
Com essas novas vagas abertas no
vestibular para 99, estamos criando quase uma nova Unicamp na
graduação das federais", diz Mozart Neves Ramos, presidente da
Comissão de Desenvolvimento
Acadêmico da Andifes.
Para realizar a meta até 2002, as
federais reivindicam um aumento
anual de R$ 50 milhões no orçamento para manutenção e custeio
das 52 instituições. O orçamento
deste ano foi de R$ 363 milhões. O
de 2002 chegaria a R$ 600 milhões.
"Se for considerado o orçamento das universidades, contando
pessoal, dá um crescimento médio
anual de 1%", afirmou José Ivonildo do Rego, presidente da Andifes.
Segundo Rego, foi possível aumentar a oferta de vagas para 99
porque, com a modificação dos
currículos, os professores terão
menos disciplinas obrigatórias e
poderão atender mais alunos.
O crescimento verificado nas vagas ofertadas de 96 para 97 foi de
cerca de 4%. "A expansão neste
ano é reflexo de algo que já vinha
acontecendo aos poucos", disse.
O Plano Nacional de Educação
elaborado pelo MEC prevê que,
em dez anos, 30% da população de
18 a 25 anos esteja matriculada no
ensino superior, ou seja, cerca de 5
milhões de estudantes a mais em
relação a este ano.
Para 99, as instituições federais
também estão oferecendo 135 novos cursos, sendo que 40% deles
são no período noturno.
De acordo com o censo do ensino superior de 96, do total de alunos matriculados (1,8 milhão),
54,6% estudavam à noite e 45,4%,
de dia. Nas federais, que contavam
389 mil estudantes em 96, somente
18% estudavam no curso noturno.
O ministro Paulo Renato Souza
(Educação) participa hoje da reunião com os reitores sobre o plano
para ampliação da oferta do ensino superior federal.
Recentemente, o MEC classificou de absurdo o gasto anual por
aluno nas federais (US$ 14,4 mil) e
colocou a expansão das vagas como forma de resolver a questão. A
Andifes contesta o número do
MEC e afirma que, se fosse contado somente o gasto com ensino, o
per capita passaria a US$ 5.482.
Com a expansão anual de 10% na
oferta de vagas, em 2002, segundo
a Andifes, o custo por aluno nas
federais seria 30% menor.
Outra reclamação de Paulo Renato se refere ao número de alunos por professor nas federais,
que ele considera baixo. Segundo a
Andifes, há 9,7 alunos por professor. Em 2002, com a expansão, haveria 15 estudantes por docente,
número que a entidade considera
compatível ao do exterior.
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