São Paulo, sexta, 16 de janeiro de 1998.



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Insubmergível mesmo só existe a Dolly Parton

BARBARA GANCIA

Colunista da Folha

Não vou estragar a festa do leitor rasgando-me em elogios ao épico "Titanic", que estréia hoje nos cinemas paulistanos.
Eu explico: recuso-me a contaminar meu cliente com o patológico excesso de expectativa que costuma me acometer toda vez que ouço alguém dizer maravilhas de um filme.
Longe de mim, também, contar o final do longuíssima-metragem (3h15), porque já me acusam de tanta coisa que só está faltando ser taxada de espírito de porco -não é mesmo, Arnaldo Jabor?
Direi apenas que "Titanic" é um prato cheio para quem sempre quis saber o que realmente aconteceu naquele fatídico 14 de abril de 1912.
Além de, literalmente, fornecer detalhes gráficos do desastre, o filme também conta uma belíssima história de amor e tem efeitos especiais de dizer "Hasta la vista, baby!" às produções anteriores do diretor James Cameron.
Mas, como prometi não minar o prazer do leitor, prefiro me ater aos únicos dois deslizes que pude constatar: a música tema "My Heart Will Go On", cantada por uma Celine Dion travestida de Demis Roussos, e o diamante roubado da corte de Luís 16, que é dado à heroína da história. Quando o brilhante é apresentado, está em um estojo da Asprey's, uma joalheria de "carne e osso" que serve à rainha da Inglaterra e que jamais venderia uma jóia de procedência desconhecida.
Pois é. Insubmergível mesmo, hoje se sabe, só a Dolly Parton, a cantora country das pepônias gigantescas.
Aliás, se não me falha a memória, esse epíteto não é coisa da época do Titanic. A primeira vez que se chamou o malfadado navio de "insubmergível" foi na peça "An Inspector Calls", escrita por J.B. Priestley nos anos 40 e ambientada na Inglaterra vitoriana que produziu o Titanic.
Fascinado pelos avanços tecnológicos da época, como a invenção da luz elétrica, do avião e do cinema, um dos personagens, Arthur Birling, diz que o Titanic é "unsinkable, absolutely unsinkable".
Você deve ter ouvido aquela do judeu que afundou o Titanic, o Iceberg. Mas ainda não viu nada igual a esse épico.
Para dar uma idéia, sou do tipo que fica de traseiro quadrado aos dez minutos de qualquer filme. Pois ao final das três horas e pouco de "Titanic", meu bumbum continuava redondinho, redondinho.

QUALQUER NOTA

Mirradinho
Está tudo muito bem, tudo muito bom. Nosso Gustavo Kuerten -que os americanos chamam de "Goose-tav-owe Curtain"- ganhou do número um, Pete Sampras. Mas, se o brasileiro quiser continuar a galgar o ranking mundial, é bom que comece a pensar em aumentar sua massa muscular.

Que bicho é esse?
Alguém poderia me informar se Walter Mercado, vidente que a TV mostra vendendo consultas esotéricas pelo telefone, é homem ou mulher? Coisa mais esquisita, sô!

Imbecilidade
A Uma Thurman, atriz que faz o papel de Era Venenosa no mais recente filme do Batman, está grávida? Huuummm... Será que ela vai dar à luz "uma turma"?
E-mailbarbara@uol.com.br



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