São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2001

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"O Rap..." narra trajetória de dois favelados

DA REPORTAGEM LOCAL

"Helinho não era ator de cinema. Era um personagem real e emblemático do exagero absurdo a que chegou a violência urbana", diz o cineasta Marcelo Luna, 32, que co-dirigiu com Paulo Caldas, 36, o documentário "O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas".
O filme, concluído em março passado, faz um paralelo entre as trajetórias de Hélio José Muniz e José Alexandre dos Santos Oliveira, 27, conhecido como Garnizé. Os dois viviam na mesma favela da periferia do Recife. Hélio tornou-se justiceiro das "almas sebosas", como são chamados os integrantes da rede de crime no local, e Garnizé é baterista do grupo de rap Faces do Subúrbio.
"Há três anos Helinho disse para toda a imprensa de Pernambuco que vinha sendo ameaçado de morte. Quem precisa responder por isso é a direção do presídio, que não lhe garantiu condições de segurança. Dizer que ele foi morto porque era ator é desviar o assunto", afirma Luna.
O filme foi exibido no circuito comercial no Brasil no ano passado e participou de diversos festivais, tendo sido eleito o melhor trabalho na avaliação do público do Festival de Brasília e da mostra paulista É Tudo Verdade.


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