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TRÂNSITO
Obra irá fechar por completo, no segundo semestre, uma das principais vias de acesso da República e Santa Cecília à zona norte
Prefeitura vai interditar viaduto no centro
DA REPORTAGEM LOCAL
Interditado parcialmente há
cerca de oito meses para obras estruturais, o viaduto Engenheiro
Orlando Murgel, que liga as avenidas Rio Branco e Rudge (centro
de São Paulo), será completamente fechado no segundo semestre.
O viaduto liga a República e
Santa Cecília (no centro) à zona
norte e dá acesso à ponte da Casa
Verde. Construído em 1969, tem
420 m de extensão e recebe uma
média de 3.400 veículos/hora, segundo a Secretaria de Infra-Estrutura Urbana (Siurb) da prefeitura.
Duas de suas seis faixas (três por
sentido) estão bloqueadas.
Os trabalhos na parte interna do
Orlando Murgel começaram em
abril de 2002, a exemplo de outros
oito viadutos -o prazo de entrega de todos é de três anos. Moradores afirmam que a obra está parado. A Siurb nega e diz que "a intervenção no Orlando Murgel está atualmente concentrada no
canteiro de obras", o que deve
prosseguir até que ele seja completamente bloqueado.
A interdição e a obra mais pesada só devem ocorrer após o fim
das obras em outras passagens no
centro, como o complexo 25 de
Março (inclui, além do homônimo, os viadutos Mercúrio e Antonio Nakashima) e o Dr. Plínio de
Queiroz, o que liberaria uma área
na região, diz a secretaria.
O órgão não estima o tempo de
interdição e diz ainda não ter um
plano viário para isso. Grande
parte do tráfego deve ser desviado
para a av. Doutor Abraão Ribeiro
e o viaduto Pacaembu, inclusive o
da av. Marquês de São Vicente.
Moradores, comerciantes e pedestres criticam a paralisação da
obra e a falta de iluminação no local, retirada para a intervenção.
Felipe Franzen, 28, atravessa a
pé o viaduto quatro vezes por dia.
Ele mora de um lado e trabalha do
outro. Ele diz que, nos últimos
três meses, não viu operários no
local, só garis em dezembro, que
fizeram uma "maquiagem" na
área, como a pintura das grades,
para a corrida de São Silvestre.
Sônia Fraga, que reside na avenida Rio Branco, próximo ao viaduto, diz estar revoltada com o
descaso da prefeitura com os moradores. Para ela, toda obra tem
de ter "um começo e um fim". Ela
espera que a administração tome
uma providência para concluir a
intervenção no Orlando Murgel.
Ao tomar conhecimento da futura interdição total do viaduto
ontem, o assessor da direção do
campus Rudge da Uniban (Universidade Bandeirante), Marino
Paes Leme, disse: "Será o caos!".
Mil alunos e funcionários ocupam o prédio, que fica ao lado do
viaduto, no sentido centro. O
maior problema, de acordo com
Leme, é que a rua Rudge, em frente à escola, pode se transformar
em um desvio para o tráfego. A
via, no local, é bem estreita e serve
como retorno sob o viaduto.
O gerente Natalino Carbonieri
Neto, da loja Sam's Club, da rede
Wal-Mart, localizada no cruzamento da avenida Rudge com a
rua Sérgio Tomás, afirmou não
ter recebido dos associados reclamações sobre a obra.
Os clientes, de acordo com Carbonieri Neto, utilizam quase que
exclusivamente seus carros para
ir à loja, mas pesquisas indicam
que a grande maioria dá preferência à garagem com acesso pela rua
Sérgio Tomás.
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