São Paulo, sexta-feira, 16 de janeiro de 2004

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TRÂNSITO

Obra irá fechar por completo, no segundo semestre, uma das principais vias de acesso da República e Santa Cecília à zona norte

Prefeitura vai interditar viaduto no centro

DA REPORTAGEM LOCAL

Interditado parcialmente há cerca de oito meses para obras estruturais, o viaduto Engenheiro Orlando Murgel, que liga as avenidas Rio Branco e Rudge (centro de São Paulo), será completamente fechado no segundo semestre.
O viaduto liga a República e Santa Cecília (no centro) à zona norte e dá acesso à ponte da Casa Verde. Construído em 1969, tem 420 m de extensão e recebe uma média de 3.400 veículos/hora, segundo a Secretaria de Infra-Estrutura Urbana (Siurb) da prefeitura. Duas de suas seis faixas (três por sentido) estão bloqueadas.
Os trabalhos na parte interna do Orlando Murgel começaram em abril de 2002, a exemplo de outros oito viadutos -o prazo de entrega de todos é de três anos. Moradores afirmam que a obra está parado. A Siurb nega e diz que "a intervenção no Orlando Murgel está atualmente concentrada no canteiro de obras", o que deve prosseguir até que ele seja completamente bloqueado.
A interdição e a obra mais pesada só devem ocorrer após o fim das obras em outras passagens no centro, como o complexo 25 de Março (inclui, além do homônimo, os viadutos Mercúrio e Antonio Nakashima) e o Dr. Plínio de Queiroz, o que liberaria uma área na região, diz a secretaria.
O órgão não estima o tempo de interdição e diz ainda não ter um plano viário para isso. Grande parte do tráfego deve ser desviado para a av. Doutor Abraão Ribeiro e o viaduto Pacaembu, inclusive o da av. Marquês de São Vicente.
Moradores, comerciantes e pedestres criticam a paralisação da obra e a falta de iluminação no local, retirada para a intervenção.
Felipe Franzen, 28, atravessa a pé o viaduto quatro vezes por dia. Ele mora de um lado e trabalha do outro. Ele diz que, nos últimos três meses, não viu operários no local, só garis em dezembro, que fizeram uma "maquiagem" na área, como a pintura das grades, para a corrida de São Silvestre.
Sônia Fraga, que reside na avenida Rio Branco, próximo ao viaduto, diz estar revoltada com o descaso da prefeitura com os moradores. Para ela, toda obra tem de ter "um começo e um fim". Ela espera que a administração tome uma providência para concluir a intervenção no Orlando Murgel.
Ao tomar conhecimento da futura interdição total do viaduto ontem, o assessor da direção do campus Rudge da Uniban (Universidade Bandeirante), Marino Paes Leme, disse: "Será o caos!".
Mil alunos e funcionários ocupam o prédio, que fica ao lado do viaduto, no sentido centro. O maior problema, de acordo com Leme, é que a rua Rudge, em frente à escola, pode se transformar em um desvio para o tráfego. A via, no local, é bem estreita e serve como retorno sob o viaduto.
O gerente Natalino Carbonieri Neto, da loja Sam's Club, da rede Wal-Mart, localizada no cruzamento da avenida Rudge com a rua Sérgio Tomás, afirmou não ter recebido dos associados reclamações sobre a obra.
Os clientes, de acordo com Carbonieri Neto, utilizam quase que exclusivamente seus carros para ir à loja, mas pesquisas indicam que a grande maioria dá preferência à garagem com acesso pela rua Sérgio Tomás.


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