|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TERCEIRA IDADE
Estudo mostra que deficiências impedem que idosos vivam plenamente
"Doenças limitam vida na velhice"
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os brasileiros estão vivendo
mais, mas não necessariamente
melhor. Apesar do aumento significativo na expectativa de vida
da população nas últimas décadas, boa parte do tempo adicional
de vida é limitada por deficiências
físicas e mentais, impedindo que
idosos vivam de forma plena.
Baseada em dados relativos à
população da cidade de São Paulo, pesquisa inédita feita pela economista Dulce Baptista, da
UFMG (Universidade Federal de
Minas Gerais), concluiu que os
idosos passam metade de seu
tempo limitados por alguma incapacidade. O estudo mostra ainda
que, apesar de viverem mais, as
mulheres são as que têm menos
tempo de vida plenamente ativa.
Assim, uma mulher que vive em
São Paulo e chega aos 60 anos tem
a expectativa de viver até os 81
anos e dez meses. Desses quase 22
anos, porém, só nove anos e um
mês serão vividos de forma plena.
O conceito de incapacidade, segundo o estudo, inclui limitações
físicas e mentais que, em maior ou
menor grau, tornam difícil ter
uma vida independente e ativa.
No caso dos homens, a situação
é parecida, embora menos grave.
Espera-se que um paulistano que
atinja os 60 anos viva até os 77.
Mas, dos 17 restantes, sete anos e
nove meses serão vividos com limitações físicas ou mentais.
Para Baptista, esses números
deveriam ser considerados durante a definição de políticas públicas, em especial nas áreas de
saúde e seguridade social. "Existem propostas para aumentar a
idade para aposentadoria para as
mulheres com base no argumento de que elas vivem mais que os
homens", diz a economista.
"Se elas vivem mais, mas numa
condição de saúde deteriorada,
não é possível aumentar sua vida
economicamente ativa", afirma.
O estudo permite concluir que o
fato de as pessoas viverem mais
não significa que elas estarão aptas a trabalhar por mais tempo.
A pesquisa foi apresentada na
conclusão do mestrado da UFMG
e é baseada em dados de 1999 da
Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), braço da OMS
(Organização Mundial da Saúde).
Texto Anterior: Ribeirão Preto tem alto índice de infestação do mosquito da dengue Próximo Texto: Panorâmica - Tráfico de órgãos: Ex-policial diz que verba vinha de israelense Índice
|