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Locutor improvisa até coreano
DA REPORTAGEM LOCAL
Certo dia, uma senhora coreana
de 98 anos se perdeu no aeroporto
de Cumbica. Seus acompanhantes procuraram por ela em todos
os lugares e não a encontraram. A
solução foi apelar para o serviço
de locução do aeroporto, mais especificamente para a voz oficial de
Cumbica: Sérgio Quaresma, de 28
anos -e que não sabe falar uma
palavra em coreano.
A opção de entregar o microfone na mão de alguém que não
pertence à equipe estava fora de
questão. "A gente tem que seguir
uma padronização", afirma Quaresma, que resolveu apelar para
os funcionários de uma companhia aérea que tinha vôos para a
Coréia. "Eles traduziram o recado
e me ensinaram por telefone a
pronunciar aquilo, enquanto eu
anotava a grafia fonética. Não sei
se consegui falar certo, mas a mulher apareceu."
Quaresma é o principal responsável, no aeroporto internacional
Governador André Franco Montoro, pela divulgação das informações imprevistas.
A voz feminina
Já a voz feminina que anuncia
os vôos com as suas respectivas
companhias aéreas e os portões
de embarque é da locutora Iris Letieri, que também trabalhou para
o aeroporto internacional Maestro Antonio Carlos Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro.
Iris Letieri, no entanto, não permanece no aeroporto: cada palavra é gravada previamente e depois a frase é "lida" por um programa de computador.
Como não dispõe do mesmo recurso e não pode gravar suas
mensagens, Quaresma tem que
cuidar diariamente da voz (sua
receita é gargarejo com chá de
casca de romã e aerossol de mel) e
exercitar o autocontrole. "Muitas
vezes eu tenho que chamar pessoas com nomes engraçados. Aí
eu rio bastante antes, respiro fundo e ligo o microfone", conta. Até
agora, afirma, não deu nenhuma
gafe "no ar".
(AL)
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