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Rinocerontes não mudam rotina
DA REPORTAGEM LOCAL
Na última quinta-feira, um grupo inusitado desembarcou no aeroporto de Cumbica: eram cinco
rinocerontes brancos, doados por
um criador particular da África
do Sul para um zoológico privado
em Itatiba (a 84 km de São Paulo).
Os filhotes, três machos e duas fêmeas, viajaram acompanhados
do criador e de um veterinário.
Mas a cena improvável nem sequer parecia distrair os funcionários do setor de cargas do aeroporto, que percorriam incessantemente em carrinhos (como os
de golfe) os 75 mil m2 do local
-área equivalente a dez campos
de futebol. Visto de cima, o galpão
parece uma cidade de brinquedo,
com "ruas", carros e caixas no lugar de casas -em uma delas, indica a etiqueta (e cheiro), mangas
exportadas para a Alemanha.
Há também os "prédios" -as
estantes de 13 metros de altura. As
caixas, que podem chegar a pesar
até uma tonelada cada uma, seguem sobre as esteiras até uma
plataforma, onde são recebidas e
guardadas em suas respectivas
prateleiras por robôs.
Cargas especiais contam com
um cofre e 11 câmeras frigoríficas.
Na mais fria, a temperatura é de
-20C. Basta abrir a porta para
sentir o vento gelado. Entrar sem
proteção adequada é impossível.
Há, ainda, um espaço voltado às
cargas que não foram buscadas
por seus donos. Quando esse material não pode mais ser utilizado
(como remédios fora do prazo de
validade), ele é destruído. Caso
contrário, é doado ou leiloado.
Esqueceram de mim
Nos terminais de passageiros,
também há bagagem sem dono.
No setor de achados e perdidos,
não faltam malas e bolsas -muitas das quais abandonadas por
pessoas que não quiseram pagar
excesso de bagagem. Entre os
itens "esquecidos" há sombreiros,
berimbau, tambor, bicicleta,
prancha de surfe, dentaduras e até
muletas. "Deve ter sido milagre",
brincam os funcionários.
(AL)
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