São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 2005

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Rinocerontes não mudam rotina

DA REPORTAGEM LOCAL

Na última quinta-feira, um grupo inusitado desembarcou no aeroporto de Cumbica: eram cinco rinocerontes brancos, doados por um criador particular da África do Sul para um zoológico privado em Itatiba (a 84 km de São Paulo). Os filhotes, três machos e duas fêmeas, viajaram acompanhados do criador e de um veterinário.
Mas a cena improvável nem sequer parecia distrair os funcionários do setor de cargas do aeroporto, que percorriam incessantemente em carrinhos (como os de golfe) os 75 mil m2 do local -área equivalente a dez campos de futebol. Visto de cima, o galpão parece uma cidade de brinquedo, com "ruas", carros e caixas no lugar de casas -em uma delas, indica a etiqueta (e cheiro), mangas exportadas para a Alemanha.
Há também os "prédios" -as estantes de 13 metros de altura. As caixas, que podem chegar a pesar até uma tonelada cada uma, seguem sobre as esteiras até uma plataforma, onde são recebidas e guardadas em suas respectivas prateleiras por robôs.
Cargas especiais contam com um cofre e 11 câmeras frigoríficas. Na mais fria, a temperatura é de -20C. Basta abrir a porta para sentir o vento gelado. Entrar sem proteção adequada é impossível.
Há, ainda, um espaço voltado às cargas que não foram buscadas por seus donos. Quando esse material não pode mais ser utilizado (como remédios fora do prazo de validade), ele é destruído. Caso contrário, é doado ou leiloado.

Esqueceram de mim
Nos terminais de passageiros, também há bagagem sem dono. No setor de achados e perdidos, não faltam malas e bolsas -muitas das quais abandonadas por pessoas que não quiseram pagar excesso de bagagem. Entre os itens "esquecidos" há sombreiros, berimbau, tambor, bicicleta, prancha de surfe, dentaduras e até muletas. "Deve ter sido milagre", brincam os funcionários. (AL)


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